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Em reunião realizada na quinta-feira, 5, em Brasília, líderes do PSB paulista informaram à cúpula nacional do partido que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) fechou acordo para concorrer à Prefeitura de São Paulo pela legenda no ano que vem. Segundo os dirigentes regionais da legenda, Marta vai anunciar sua desfiliação do PT em abril e se juntar ao PSB no mês seguinte.

De acordo com fontes que participaram da reunião, Marta não fez exigências e prometeu levar consigo outros quadros petistas descontentes com o partido. Antes de fechar o acordo, a senadora foi avisada de que pode ser a candidata à Prefeitura de São Paulo em 2016, mas, em caso de derrota, não há garantias de que terá espaço para concorrer ao governo do Estado dois anos depois, em 2018. O PSB pretende ter candidato próprio nas duas eleições.
 
A negociação contou com o aval do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, conforme um participante da reunião, "se mostrou muito satisfeito por ter a senadora Marta do nosso lado". O PSB não confirma oficialmente o reforço. "Existe a negociação, Marta seria muito bem-vinda mas o PSB tem outros nomes para a prefeitura como o vice-governador, Márcio França, e o próprio Paulo Skaf (PMDB) que já disputou a prefeitura pelo PSB", diz o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).
 
Desaforo
 
Já no PT a informação de que Marta bateu o martelo para deixar o partido circula pelo menos desde a semana passada. A senadora, no entanto, se recusa a conversar com a direção petista. Nas últimas semanas o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio Souza, escalado para negociar com Marta, telefonou para a senadora e ouviu um desaforo. O deputado estadual José Américo (PT-SP) também tentou falar com Marta mas não obteve sucesso. Desde o início de janeiro o PT tenta marcar uma conversa com a ex-prefeita de São Paulo, mas ela nem responde ao convite.
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a acenar com a possibilidade de garantir a Marta a vaga na disputa pelo governo de São Paulo, em 2018, para mantê-la no PT, mas ela não respondeu aos acenos.
 
A senadora foi procurada ontem, por meio de sua assessoria, para comentar o informe dado à cúpula do PSB, mas não respondeu até a conclusão desta edição.
 
Campanha
 
Enquanto não formaliza a saída do PT, Marta começa a dar os primeiros passos rumo à disputa pela prefeitura no ano que vem. De acordo com pessoas próximas, Marta montou um comitê político em um imóvel alugado no bairro do Pacaembu e delegou a seu marido, Marcio Toledo, poderes para negociar apoios.
 
Hoje a senadora vai participar de um evento em homenagem ao Dia Mundial da Mulher (que é comemorado no domingo) na seda da Associação Beneficente Irmã Idelfranca, no Jardim Helena, na zona leste de São Paulo.
 
As conversas sobre a saída de Marta do PT começaram depois de uma entrevista ao Estado na qual a senadora fez fortes críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Sem espaço no partido e desgastada com a presidente, Marta afirmou que "ou o PT muda, ou acaba".