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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não apresentou, diante do Congresso norte-americano, qualquer “alternativa viável” para o projeto de acordo sobre o programa nuclear iraniano.

O discurso do líder israelense no Capitólio (sede do Congresso) não trouxe “nada de novo”, disse o chefe de Estado norte-americano, numa declaração na Sala Oval (gabinete presidencial) na Casa Branca.

“Ainda não temos um acordo. Mas se formos bem-sucedidos, este será o melhor acordo possível para prevenir que o Irã tenha uma arma nuclear”, acrescentou. “É importante que continuemos focados neste problema. A questão central é: como podemos impedir [o Irã] de obter uma arma nuclear”, indicou Obama.

Num discurso diante das duas câmaras do Congresso norte-americano (Câmara dos Representantes e Senado), o primeiro-ministro israelense contestou hoje o “muito mau acordo” que Barack Obama pretende concluir até final de março sobre o programa nuclear iraniano, denunciando ainda que Teerã representa uma “ameaça para o mundo inteiro”.

Benjamin Netanyahu, um opositor das negociações sobre o controverso programa nuclear iraniano, alertou igualmente para o risco de uma “corrida ao armento nuclear no Oriente Médio”.

O chefe do governo israelense está em Washington desde domingo (1º) para contestar e denunciar o acordo que o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e o Irã pretendem concluir até 31 de março.

Netanyahu espera que o Congresso norte-americano, atualmente controlado pelos republicanos, vote a favor de novas sanções contra o regime de Teerã. Mas a aplicação de novas sanções é rejeitada pela Casa Branca, ante o receio de que a medida possa abalar as negociações internacionais.

Estas negociações devem conduzir a um regulamento político que garanta a natureza pacífica do programa nuclear do Irã, em troca de um levantamento das sanções internacionais. O regime de Teerã sempre salientou, contudo, o caráter civil e pacífico do seu programa nuclear.

O discurso do líder israelense no Capitólio foi encarado como desafio a Barak Obama, que não foi informado com antecedência da ida de Netanyahu ao Congresso, convidado pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, o que teria irritado a Casa Branca.

Em meados de janeiro, a Casa Branca anunciou que Obama não iria se reunir com Netanyahu, justificando a decisão com a proximidade das eleições em Israel, agendadas para 17 de março.