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Com a deterioração das estimativas para a produção industrial, a mediana das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 aprofundou a perspectiva de retração e passou de 0,50% para 0,58% no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa ainda estava positiva, em 0,03%. Esta foi a nona revisão seguida para baixo desse indicador. Para 2016, a expectativa segue um pouco mais otimista. A previsão de alta de 1,50% foi mantida pela quarta semanas consecutiva.

A produção industrial continua como referência para a confecção das previsões para o PIB em 2015 e 2016. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 0,72% para este ano, bem maior do que a previsão de baixa de 0,35% vista na semana passada e de alta de 0,50% de quatro semanas atrás. Para 2016, as apostas de expansão para a indústria são de elevação e foram ampliadas de 2,00% para 2,40% de uma semana para outra. Mesmo assim, a mediana está mais baixa do que a vista quatro edições da pesquisa Focus: 2,50%.
 
Os economistas alteraram também suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2015, a mediana das previsões passou de 37,90% para 38,20% – quatro semanas antes esse número estava em 37,00%. No caso de 2016, as expectativas ficaram congeladas em 38,90% de uma semana para outra – um mês atrás estava em 37,00%.
 
Superávit comercial
 
As projeções do mercado financeiro para a balança comercial apresentaram melhora tanto para 2015 quanto para 2016. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 saiu de um saldo positivo de US$ 4,40 bilhões para US$ 5 bilhões no período, mesmo patamar visto quatro semanas atrás. Para 2016, a mediana das projeções aumentou de um superávit de US$ 11 bilhões para US$ 11,24 bilhões. Um mês antes, a projeção mediana era de uma saldo positivo de US$ 10,51 bilhões.
 
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro ajustou a mediana para 2015 de um déficit de US$ 78,40 bilhões da pesquisa passada para US$ 79,10 bilhões. Quatro semanas atrás estava em US$ 78,00 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo passou de US$ 69,75 bilhões na semana passada para US$ 70 bilhões agora. Um mês antes esse número estava em US$ 69,50 bilhões.
 
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões para esse indicador foi mantida US$ 60,00 bilhões no caso de 2015 e reduzida de US$ 60 bilhões para US$ 58,50 bilhões no de 2016.
 
Inflação já bate nos 7,47% na pesquisa Focus
 
Na semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o rumo da Selic, o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo Banco Central, revela que a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 passou de uma alta de 7,33% para 7,47%. Há um mês, a mediana das estimativas para o indicador estava em 7,01%. Esta é a nona semana consecutiva em que há alta das previsões para o IPCA deste ano.
 
A expectativa de que o BC não entregará, portanto, a inflação de 2015 sem estourar o teto da meta de 6,50% também pode ser vista no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões. Para esses profissionais, a mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior da meta e passou de 7,12% na semana passada para 7,51%. Quatro semanas atrás, estava em 6,86%.
 
Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi reduzida de 5,60%, patamar registrado por cinco semanas seguidas, para 5,50%. No Top 5, a projeção para a inflação no final do ano que vem caiu de 5,65% para 5,45% – um mês antes estava em 5,60%.
 
O Banco Central trabalha com um cenário de alta para o IPCA nos primeiros meses deste ano, mas conta com um período de declínio mais para frente, levando o indicador a ficar no centro da meta de 4,5% no encerramento de 2016. Apesar desse prognóstico mais positivo para o médio prazo, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem elevadas. Passaram, no entanto, de 6,55% para 6,54% de uma semana para outra, ante 6,61% de um mês antes.
 
É no curto prazo que os preços mostram mais descontrole. Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, os analistas preveem que o IPCA suba 1,07% em fevereiro – na semana anterior estava em 1,04% e quatro antes, em 1,01%. Para março, é aguardada uma pequena desaceleração da taxa, que deve ser de 0,95%. Na semana anterior, porém, a mediana das previsões estava mais baixa, em 0,79% e um mês antes, em 0,59%.