A grande diva do Oscar deste ano é mesmo a música. Não por outra razão, o grande hit da semana nas redes sociais da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não foram as apostas nos filmes, mas sim a confirmação de Lady Gaga na festa do cinema americano. Ela acaba de ganhar o Grammy pela regravação de “Cheek to Cheek”, em parceria com Tony Bennett. Para conduzir a cerimônia, a escolha não seria Neil Patrick Harris, ator conhecido apenas da série de TV “How I Met Your Mother”, se na entrega do Tony, prêmio maior da TV, ele não tivesse provado que sabe fazer piadas e cantar, tudo ao mesmo tempo, se necessário. Outro convidado pouco esperado para a premiação mais estrelada do cinema americano, Jack Black, nunca conseguiu – nem deve ter tentado – se descolar da banda de rock que encabeça, a Tenacious D, de rock engraçadinho e adolescente.

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MAIS SHOW, MENOS FILME
Lady Gaga foi mais assunto que os filmes às vésperas da entrega do prêmio.
O ator de TV Neil Patrick Harris ganhou o cargo de mestre de cerimônias
por ter provado que sabe fazer piadas e cantar ao mesmo tempo

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Como manda a tradição, os artistas que tiveram músicas indicadas ao prêmio interpretam suas composições –, esta edição a cargo de Adam Levine,  Common, Tegan and Sara e o grupo de comédia The Lonely Island. Além das apresentações das trilhas sonoras ao vivo, os produtores Nel Meron e Craig Zadan anunciaram um espetáculo musical multimídia inédito uma semana antes da entrega. Como quase todo o script da premiação, tudo foi mantido em segredo. A origem dos produtores na área musical ajuda a entender o aumento do espaço para a música. Mas em excesso, o recurso pode ser um tiro no pé. Em 2013, para animar a festa, Shirley Bassey cantou “Goldfinger”, seu famoso tema para “007 Contra Golfinger”, de 1963, e Barbra Streisand interpretou “The Way We Were” em homenagem aos artistas mortos no ano anterior. Para compensar o tempo gasto, alguns artistas indicados ao prêmio de melhor canção tiveram suas performances canceladas, e o discurso de agradecimento de alguns vencedores precisou ser encurtado, às vezes de maneira forçada, com o uso de música alta para encobrir a fala. O difícil é ssempre achar a medida.

Fotos: Steve Granitz/WireImage; Cliff Lipson/CBS