O McDonald’s, maior rede de lanchonetes do mundo enfrenta uma de suas mais sérias crises desde 2004, quando virou alvo de campanhas em série contra a obesidade. Os números da empresa, que possui mais de 36 mil unidades e serve todos os dias 70 milhões de clientes, não param de cair. Nos Estados Unidos – onde se concentra seu principal mercado –, a empresa não registra crescimento de vendas desde outubro de 2013. No quarto trimestre de 2014, o lucro líquido da companhia caiu 21% em comparação ao mesmo período de 2013. Prestes a fechar mais de 300 lojas, o McDonald’s tenta sair das cordas e reagir. O britânico Steve Easterbrook, que a partir do dia 1º de março assumirá a presidência da rede, é a esperança de que números mais animadores passem a fazer parte dos balanços da empresa. Vice-presidente encarregado da marca e ex-chefe de operações europeias, ele veio para substituir Don Thompson, que liderou a marca durante 25 anos e deixou a empresa após o anúncio dos resultados ruins. “Ele era um líder muito tradicional”, diz Enzo Donna, presidente da consultoria de fast-food ECD. “O McDonald’s precisa rever seus produtos.”

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As mudanças já começaram a ser colocadas em prática. Na quinta-feira 19, a marca anunciou a volta dos “chicken tenders”, tiras de frango frito que estiveram no cardápio durante dez anos, mas foram extintos em 2013. A decisão atende à expectativa dos franqueados de priorizar itens mais tradicionais no menu. Outra novidade, implementada na Austrália no final do ano passado, é uma unidade experimental chamada “The Corner by McCafé”, que serve salada de quinoa, arroz integral e suco artesanal. A ideia é abranger um novo perfil de clientes, que prefere alimentos saudáveis. “É preciso mudar a imagem para atrair o consumidor”, avalia Caio Gouvêa, sócio-diretor de Foodservice da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza.

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Foto: AFP