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 Flávia ao lado do marido, Marcos Martins, comandante
do avião acidentado em agosto de 2014

Emocionada, a viúva do comandante Marcos Martins, que pilotava o jatinho Cessna 560 XL+ em que morreram o então candidato à Presidência da República Eduardo Campos e outras seis pessoas, incluindo os dois pilotos, em 13 de agosto de 2014, disse que vai aguardar o laudo definitivo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para fazer qualquer pronunciamento oficial.

“Estamos analisando tudo o que tem sido divulgado para que possamos falar com critério e falar direito", disse à ISTOÉ Flávia Martins, mãe de dois filhos. "Na próxima semana vamos (a família) nos pronunciar sobre o assunto.”

Enquanto isso, conta ela, os filhos sofrem com a perda do pai e as consequências do aciente. “É o que o meu filho e nós sempre dizemos: o que importa é o que nós sabemos sobre o papai, o quanto ele estudou e o quanto ele gostava de voar”, afirmou. “Só quero que essa história acabe logo.”

Flávia não quis comentar a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que afirmou que problemas de relacionamento entre Marcos e o co-piloto Geraldo Magela da Cunha poderiam ter agravado a situação.

Falha humana

Segundo as primeiras informações oficiais da Aeronáutica, divulgadas nessa segunda-feira (26) pelo Cenipa, uma sucessão de falhas humanas contribuiu para a queda do Cessna 560 XL+. De acordo com o Cenipa, os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela da Cunha não passaram pelo treinamento adequado para esse tipo de avião. Eles também teriam decidido pegar um "atalho" no momento do pouso, sem seguir as orientações da carta de navegação para a Base Aérea de Santos, no Guarujá (SP). As condições naquele dia eram desfavoráveis, com chuva e neblina.

A investigação preliminar indica que, após arremeter, os pilotos teriam sofrido uma "desorientação espacial", o que motivou a aceleração em direção ao solo. Em vez de subir, o avião atingiu o chão com os motores em potência total. Essa conclusão foi baseada nos últimos minutos de voo, registrados no centro de controle da Base Aérea de Santos.

O Cenipa investigou durante cinco meses todo o histórico da aeronave, do piloto e do co-piloto para traçar o perfil profissional e psicológico dos dois. O jatinho não estava equipado com o gravador de dados de voo e o gravador de voz, que registra as conversas na cabine, estava desligado, o que dificulta as investigações, que ainda não foram concluídas.