torneira-agua.jpg

A falta de energia elétrica provocou desabastecimento de água em diversas cidades do estado de São Paulo e bairros da capital paulista. De acordo com a Empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a queda de energia foi às 4h da manhã desta quinta-feira e afetou a operação de duas estações elevatórias: a Jardim São Luiz e a João XXIII.

A paralisação da elevatória João XXIII deixou sem água os municípios de Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, e parte de Cotia – cidades da Grande São Paulo – e ainda a região do Jardim Arpoador, na capital. A estação atende 600 mil pessoas, e o fornecimento será retomado gradualmente, segundo a Sabesp.

Na capital, na região dos bairros Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Parque Fernanda e Capão Redondo, na zona Sul, o abastecimento foi prejudicado devido à falta de energia na Estação Elevatória de Água Jardim São Luiz, que atende a 620 mil pessoas. O fornecimento de energia, interrompido por volta das 4h, foi restabelecido às 10h. A previsão é que o abastecimento de água bairros seja normalizado até esta sexta-feira.

Reservatório de Paraibuna atinge volume morto, informa ONS

De acordo com o Informativo Preliminar Diário da Operação, publicado hoje (22) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório de Paraibuna, no Rio Paraíba do Sul, pertencente à  Companhia Energética de São Paulo (Cesp), atingiu o chamado volume morto ontem (21), às 7h. “Não está mais produzindo energia”, disse à Agência Brasil a assessoria de imprensa do ONS.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Estão chegando ao reservatório de Paraibuna 9 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), mas o sistema está permitindo a saída de 32m³/s. Segundo a assessoria, isso está sendo feito com vertimento, isto é, com descarga que não passa pelas turbinas, porque é preciso respeitar a vazão defluente mínima obrigatória do reservatório.

“Ele não está  produzindo mais energia e está usando o volume morto para manter a descarga mínima obrigatória que tem”. Em outras palavras, toda a defluência do reservatório está sendo feita com uso do volume morto.

Na avaliação do ONS, esse é um sinal de que  os reservatórios estão se esvaziando. O reservatório de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27m³/s de água e saída de 40m³/s; o de Funil¨(Furnas) tem nível de 4,15%, com 65m³/s de entrada e 137m³/s de saída; já  no reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com 5m³/s entrando e 11m³/s saindo.

O ONS destacou, entretanto, que para a geração de energia do Sistema Interligado Nacional, a bacia do Paraíba do Sul representa menos de 1% da energia produzida. “Não é relevante em termos de energia. O fato de ela parar não é motivo de atenção maior, porque só contribui com 1% da geração hidráulica do sistema”,  observou a assessoria do órgão.

O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, reforçou que, para a geração elétrica, a bacia do Paraíba do Sul “não é problemática. Ela vai ser problemática para o abastecimento de água”. Segundo ele, como não está chovendo, a tendência é que outras bacias comecem a ter o mesmo tipo de problema. “De maneira geral, a próxima medida agora é fazer procissão para São Pedro”, disse ele.

Na avaliação de especialistas do setor, os reservatórios brasileiros “estão chegando ao fim da linha”. 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias