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Autoridades belgas, francesas e alemãs prenderam mais de 20 pessoas pessoas entre quinta e esta sexta-feira, 16, suspeitas de atos terroristas. Em Paris, uma estação de trem foi esvaziada, com a Europa em alerta para potenciais novos ataques.

As operações policiais começaram na manhã seguinte após as autoridades belgas atuaram rapidamente para prevenir o que chamaram de "um grande ataque iminente", matando dois suspeitos em um tiroteio e prendendo um terceiro em uma vasta ação antiterrorismo que se estendeu pela noite.
 
Em visita a uma atemorizada Paris, o secretário de Estado americano, John Kerry, se reuniu com o presidente francês, François Hollande, e visitou os locais onde ocorreram os incidentes mais sangrentos em décadas. Vinte pessoas, incluindo três atiradores, foram mortos na semana passada em ataques a um mercado kosher e à redação do jornal de humor francês Charlie Hebdo e à polícia.
 
Hollande agradeceu Kerry por oferecer apoio a França, dizendo: "Vocês também foram vítimas de um excepcional ataque terrorista em 11 de Setembro. Vocês sabem o que significa para um país. Precisamos encontrar juntos respostas adequadas."
 
O presidente francês disse também que o país está "em guerra" contra o terrorismo e não vai recuar das operações militares internacionais contra extremistas islâmicos apesar dos recentes ataques mortíferos.
 
Paris está em seu mais alto nível de alerta terrorista e a polícia esvaziou a estação de trem Gare de l’Est nesta sexta-feira após uma ameaça de bomba. A estação, uma de várias em Paris, serve cidades na parte leste de Paris e países ao leste da França.
 
O gabinete do Promotor-geral de Paris disse que pelo menos dez pessoas foram presas em operações antiterroristas na região, tendo como objetivo encontrar pessoas ligadas a um dos atiradores franceses, Amedy Coulibaly, que disse estar ligado ao grupo extremista Estado Islâmico. Autoridades policiais disseram à agência Associated Press que estavam buscando entre oito e dez potenciais cúmplices.
 
Em Berlim, a polícia prendeu dois homens nesta sexta-feira suspeitos de recrutar combatentes para o grupo Estado Islâmico na Síria.
 
Em toda a Europa, as tensões cresceram enquanto a caça continua por potenciais cúmplices dos três terroristas de Paris e as autoridades tentam evitar ataques de milhares de extremistas europeus que se juntaram aos extremistas do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
 
"O combate contra o terrorismo deve ser internacional", disse nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius. "Todo mundo deve agir: a França, a Europa e todos os países."
 
A operação belga em uma antiga padaria foi outro sinal concreto de que o terror mergulhou no coração da Europa enquanto forças de segurança investiram contra militantes que podem ter retornado da jihad (guerra santa) na Síria.
 
Depois que a poeira baixou, a polícia belga continuou as buscas em Verviers e na área metropolitana de Bruxelas, procurando mais pistas em uma longa investigação que começou muito antes do tumulto terrorista da França na semana passada. As operações belgas não tinham ligação aparente com os ataques na França.
 
E, diferentemente dos terroristas de Paris, os suspeitos na Bélgica tinham como alvo objetivos difíceis: instalações policiais. "Eles estavam prestes a cometer importantes ataques terroristas", disse ontem o Procurador-geral belga, Eryc van der Sypt.
 
Anteriormente, autoridades disseram que 300 moradores belgas foram lutar com extremistas islâmicos na Síria; não se sabe quantos podem ter retornado. Milhares de extremistas europeus também combateram em território sírio.
 
Autoridades belgas disseram também que estavam buscando por possíveis ligações entre um homem preso na cidade de Charleroi, ao sul do país, por comércio ilegal de armas, e Coulibaly, que matou quatro pessoas em um mercado kosher em Paris.
 
Homem armado faz reféns perto de Paris

Um homem que sequestrou duas pessoas nesta sexta-feira em Colombes (noroeste de Paris) foi detido depois de se entregar à polícia e libertar os dois reféns sãos e salvos, informaram fontes policiais.

"Não houve ataque, o homem se rendeu por conta própria e os reféns saíram abalados, mas não feridos", afirmou uma das fontes.

A agência de correios onde ocorreram os fatos foi cercada por uma importante mobilização policial, incluindo unidades de elite.

O autor da tomada de reféns tinha antecedentes criminais e a polícia descartou rapidamente qualquer vínculo com os ataques jihadistas contra a Charlie Hebdo e um supermercado judeu, que deixaram 17 mortos na semana passada.

Aparentemente, depois que o homem invadiu o correio, alguns clientes que se encontravam dentro da agência conseguiram fugir.

O próprio agressor ligou para a polícia afirmando estar fortemente armado, com granadas e uma kalashnikov, usando de frases desconexas.

Um helicóptero dos serviços de segurança sobrevoa a área e um perímetro de segurança foi estabelecido.