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O embarque para o voo JJ-4732 da TAM foi a principal atração do aeroporto de Congonhas na manhã desta quarta-feira. A movimentação da imprensa e dos assessores da companhia aérea ocorreu após a divulgação de uma previsão feita pelo vidente Jucelino da Luz, que afirma, desde 2005, que o avião que faria o então voo JJ-3720 cairia sobre um prédio na avenida Paulista. Diante das “previsões”, a companhia aérea até trocou o número do voo o que, segundo o vidente, alterou a premonição, evitando a tragédia. Talvez prevendo esse burburinho, a TAM não só preparou uma equipe para atender à imprensa como colocou dois funcionários do alto escalão para embarcar na aeronave.

O vice-presidente de operações da companhia, Ruy Amparo, falou sobre a atitude da TAM de alterar o número do voo. Apesar de ele próprio se considerar supersticioso, garantiu que a mudança não passou de uma estratégia para tranquilizar os passageiros. “Mudar o número do voo é para não atrair muito o sensacionalismo. Mudamos para não atrair muito a atenção (…). Respeitamos muito quem tem superstições, mas nessa hora temos que ser técnicos”, disse.

Apesar de Jucelino ter afirmado que a aeronave foi alterada, a TAM garantiu que não houve nenhum tipo de troca. "Já era um A-319. Nós temos 27 A-319 na frota e, com dois dias de antecedência, a gente não sabe nem qual o prefixo vai atender. Por exemplo, ontem teve chuvarada no Brasil inteiro, e o avião que estava programado foi mudando, porque à medida que chove os voos são alocados”, afirmou. Segundo Amparo, a equipe que estava escalada para o voo também foi mantida.

Comentários paralelos
Apesar da garantia da empresa de que não havia nenhum risco de acidente, foi possível notar um certo burburinho em torno do tema no aeroporto. Três funcionários da TAM conversavam poucos minutos sobre o voo nos corredores e a conclusão, segundo eles, é que o vidente queria aparecer. “Ele está querendo ser a Mãe Dinah (vidente brasileira já morta) agora. Dizem que até previu a queda do avião daquele lá, que queria ser presidente. Deve ter um monte de gente procurando ele agora, para usar a bola de cristal”, disse o funcionário.

Juliene Teixeira, lojista do aeroporto, classificou a mobilização em torno do assunto como uma “perda de tempo”.  “Quando as coisas precisam acontecer, não tem aviso”, falou. Ao ser questionada se acreditava nas previsões, ela disse que não, mas também falou que não entraria no avião apontado pelo vidente. “É que eu tenho medo de voar”, disse. A enfermeira Viviana Ramalho, que estava prestes a embarcar para Florianópolis, disse que não sabia da previsão. “Se eu estivesse neste voo, acho que iria numa boa”, afirmou.

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Segundo a companhia aérea, o voo não partiu lotado. A TAM, no entanto, não soube dizer se as pessoas evitaram voar por causa das previsões. “Os voos para Brasília geralmente lotam na segunda e na terça. A quarta é um dia mais tranquilo e, na quinta e na sexta, o fluxo é maior de lá para cá”, disse o vice-presidente de operações, que embarcou no avião minutos depois ao lado da diretora de relações institucionais e sustentabilidade da TAM, Gislaine Rossette. O voo partiu de Congonhas às 8h30 e chegou a Brasília são e salvo, no horário previsto pela empresa.


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