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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, alegou todos os compromissos que tem a frente do banco para não aceitar o convite de Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Fazenda no lugar de Guido Mantega, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O executivo é cotado para substituir Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração da instituição, e está sendo preparado há anos para galgar tal posto.

Um executivo de alto escalão de um banco diz que a negativa de Trabuco o surpreende, pois imaginava que ele aceitaria o convite para a Fazenda como uma missão. Na quarta, segundo fontes com conhecimento no assunto, Trabuco e "Seu Brandão", como é chamado, se reuniram os dois com Dilma, em Brasília. Outro executivo diz que o "pedido" da presidente foi "agressivo".

Na prática, porém, pesou o seu comprometimento com o Bradesco, do qual deve deixar a presidência em março de 2017, após oito anos à frente da instituição. O nome do Trabuco seria uma saída estratégica para acalmar o mercado uma vez que o executivo é admirado e respeitado.

Mais do que escolher um sucessor para o próprio Trabuco, o banco precisa definir quem substituirá Brandão. Hoje, aos 88 anos, ele faz questão de estar presente no dia a dia do banco. Em março de 2017, ele estará próximo de completar 91 anos e Trabuco, de acordo com fontes, é o principal candidato para substituí-lo. Com 45 anos de carreira no banco, o executivo foi eleito em março deste ano, conforme antecipou o Broadcast, vice-presidente do conselho do Bradesco, movimento que indicou, segundo fontes, a preferência do seu nome para o lugar de Brandão.

Sob o comando de Trabuco, o Bradesco quase dobrou seus ativos totais, passando de R$ 482,5 bilhões ao final do primeiro semestre de 2009 para mais de R$ 987 bilhões em setembro último. O patrimônio líquido mais que duplicou no período, ultrapassou os R$ 79 bilhões no período. A carteira de crédito do Bradesco também cresceu mais de 100%, passando dos R$ 444 bilhões, enquanto o lucro líquido do banco cresceu quase 69% no período, para R$ 3,9 bilhões. Procurados, Bradesco e Trabuco não comentaram.