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A organização humanitária Human Rights Watch (HRW) exigiu, nesta terça-feira, que a polícia da Indonésia suspenda os testes de virgindade aplicados às candidatas a agentes – uma prática considerada discriminatória. As mulheres que desejam ser policiais no maior país muçulmano do mundo devem ser solteiras e virgens, segundo a HRW.

Os testes de virgindade continuam sendo praticados na Indonésia, embora as autoridades policiais neguem a prática. Entrevistadas pela HRW, várias mulheres relataram ter passado por este tipo de prova neste ano, evocando lembranças dolorosas e humilhantes.

Os agentes as obrigaram a se despir diante de médicas que as submeteram ao "teste dos dois dedos", uma prática arcaica e muito criticada, acrescenta a ONG. "Não quero lembrar dessa experiência. Foi humilhante", diz uma mulher de 19 anos que foi submetida ao teste em Pekanbaru, na ilha de Sumatra. "Porque temos que ficar nuas na frente de desconhecidos? Não é necessário. Isso tem que acabar".

Para a HRW, tais exames infringem as próprias diretrizes da polícia em matéria de recrutamento – sem mencionar dos direitos à igualdade, à privacidade e a não discriminação.

Ronny Sompie, porta-voz da polícia indonésia, afirma que na prática trata-se de "um exame de saúde completo" aplicado a todos os candidatos para garantir que não são portadores de doenças sexualmente transmissíveis.

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As mulheres representam apenas 3% dos 400.000 policiais da Indonésia, país com regiões profundamente conservadoras onde a virgindade feminina continua sendo um valor primordial.

O assunto virou manchete no ano passado, quando uma autoridade do setor de educação sugeriu que as adolescentes em idade escolar também deveriam se submeter a testes de virgindade para entrar no ensino médio.


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