A série da Rede Globo “Dupla Identidade” — na qual um serial killer mantém a imagem de bom-moço para encobrir os crimes que comete —encontrou o seu similar na vida real: Marina Stresser de Oliveira, 26 anos. Dentista e voluntária em uma ONG protetora de animais, nos bastidores ela traficava drogas e portava armas de fogo (leia quadro). Marina foi detida em Curitiba na terça-feira 11 e a frieza que demonstrou chocou os amigos e até a delegada do caso, Camila Ceconello, da Divisão Estadual de Narcóticos, do Paraná. “Ela parecia ter prazer em ser traficante de drogas”, disse Camila à ISTOÉ. Segundo seus cálculos, Marina comprava um quilo de crack por R$ 8 mil e o revendia por três vezes mais no varejo. “Acho que ela fazia isso também pela aventura”, disse a delegada.

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VIDA BANDIDA
Marina celebrando com champanhe antes de ser descoberta e o armamento
apreendido com ela: o marido dela é traficante e está preso há dois anos

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Marina é casada com o traficante de drogas Edson Alves do Nascimento, que está preso há dois anos e aguarda julgamento. A mãe dela, Beatriz Stresser, dona de duas lojas num shopping de Curitiba, teve uma crise de choro quando a polícia lhe relatou as ações da filha. “Trabalhei muito para dar uma boa educação para ela, dava tudo o que ela queria, eu a chamava de princesa”, repetia Beatriz, segundo a polícia. Um amigo próximo, que pediu anonimato, disse à ISTOÉ que Marina se sentia ameaçada pelo marido, mesmo com ele na cadeia. “Ela falou que ele era perigoso e que se fizesse algo errado, o Nascimento podia mandar matá-la”, contou. Outros quatro homens participavam do esquema de Marina e apenas um deles está preso.

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Os amigos dela se dizem atônitos. Como desconfiar de uma voluntária de uma ONG capaz de adotar um cachorro paraplégico e que se definia, na rede social Instagram, como “temente a Deus”? Sua colega de faculdade Kethelyn Carmona, 28 anos, contou à ISTOÉ que ela até implicava quando falavam de “fazer coisas erradas, mas pequenas, como colar numa prova.” Para a psicóloga Flávia Freitas, o comportamento contraditório indica um transtorno conhecido por identidade dupla: “É um estado de colapso do ego, em que se faz coisas sem peso na consciência. Como se fosse outra pessoa, olha tudo de fora e acha graça”. Na delegacia, em meio a repórteres, Marina confirmou a tese. Quando um cinegrafista pediu para ela virar de frente, respondeu que não faria, e justificou: “Como sou muito bonita, sua mulher vai ficar com ciúme.”

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Foto: CICIRO BACK/GAZETA DO POVO  


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