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A Agência Espacial Européia (ESA, da sigla em inglês) publicou uma gravação com uma especie de “música” emitida pelo cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, captada pela sonda Rosetta. Confira o áudio divulgado pela ESA.

Na tarde desta quarta-feira 12, o robô Philae aterrissou com sucesso na superfície do cometa a 500 milhões de quilômetros distância da Terra, próximo à trajetória da órbita de Júpiter. É a primeira vez que um veículo consegue realizar esse tipo de missão.A canção acontece a partir de oscilações no campo magnético do cometa, e é emitida a uma frequência entre 40 e 50 milihertz, muito abaixo da audição humana, que capta sons entre 20 Hz e 20 kHz. Para torná-las audíveis, as frequências foram ampliadas em cerca de 10 mil vezes.

Os cientistas dizem que elas devem ter sido produzidas através da liberação de partículas neutras do cometa ao espaço, onde elas se tornam eletricamente carregadas por causa do processo de ionização. No entanto, o mecanismo físico específico por trás das vibrações permanece um mistério.

O módulo se separou da sonda espacial Rosetta às 7h03 da manhã da quarta-feira, e levou cerca de sete horas em queda livre até atingir a superfície do cometa. A missão tinha 50% de chance de não ser bem sucedida e o pouso só foi confirmado cerca de 28 minutos após a aterrissagem, tempo que o sinal emitido pelo módulo leva para chegar à Terra. A sonda foi lançada em 2004, com missão de estudar pela primeira vez a superfície de um cometa.

“Os cometas são considerados como restos da nuvem primordial que supostamente criou o Sistema Solar. Existe agora uma abertura para pesquisar coisas como a origem da vida, saber como era a composição química na época da formação do Sistema Solar, e outras questões científicas muito importantes, como se foi realmente um bombardeio de cometas que trouxe água para a Terra”, afirma  o coordenador da pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Antônio Fernando Bertachini de Almeida Prado. Para ele, a missão pode ajudar a entender como se formou o Sistema Solar e prova que a humanidade tem o poder de se defender caso algum grande corpo celeste entre em rota de colisão com a Terra.