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Um dia antes de os brasileiros decidirem quem será o novo presidente do Brasil, cerca de 10 mil paulistanos, de  acordo com uma estimativa feita pela Polícia Militar, pararam a avenida Paulista em um movimento em defesa da candidatura de Aécio Neves. Em meio a cartazes que diziam, entre outras frases, “Adeus, Dilma. O Brasil não sentirá saudades”, pessoas vestidas com camisetas do Brasil e adornadas com adesivos com o rosto de Aécio se encontraram em frente ao Masp na tarde de sábado caminharam em direção á avenida Brigado Luís Antonio seguindo um carro de som e repetindo frases de apoio ao senador e contra o PT. O porta-voz da Rede Sustentabilidade, Walter Feldman, e o ex-candidato pelo PV, Eduardo Jorge, participaram do evento com adesivos do PSDB, onde acompanharam em cima dos carros de som. 

Os rostos pintados de verde e amarelo, fazendo referência aos caras pintadas de 1992, estavam otimistas com a possível vitória de Aécio neste domingo e com a “onda azul”que se formava, de acordo com alguns que passavam por lá. Jovens, adultos, idosos e crianças repetiam que “Agora é Aécio”e “Dilma, não se iluda, o seu lugar é na Papuda”. “Este movimento está sendo muito importante porque precisamos mudar o Brasil e tirar o PT do poder, é um partido muito corrupto. Nós temos que mudar e a hora é agora”, disse Bruno do Nascimento, economista de 33 anos, que participou da manifestação com a esposa, Viviane, e os filhos João, de 4, e Lara, de 11 meses. Bruno ainda contou que chegou a votar no PT em 2002, mas agora optou pelo PSDB. “Vendo a direção que eles (PT) tomaram, principalmente depois da Dilma, não dá mais”.

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Era quase 17h quando começou a chuviscar e o senador eleito José Serra subiu ao trio-elétrico para fazer o seu discurso. “Eu nunca vi algo parecido com isso em São Paulo, um movimento tão espontâneo. São Paulo não está se mobilizando pelo Estado, mas sim pelo Brasil”, discursou Serra que foi muito aplaudido pelos presentes que gritavam pelo nome do senador.

O ex-presidente Lula também foi alvo dos gritos de guerra dos tucanos. “Um, dois, três, Lula no Xadrez”, diziam os manifestantes pró-Aécio que em seguida soavam o coro: “O povo que trabalha não vota em petralha”. O coro das pessoas que caminhavam na Paulista ganhou o apoio de alguns carros que tentavam atravessar a avenida que buzinavam e gritavam junto. O problema era quando carros travestidos com adesivos do PT passavam pelo local. “Vai para Cuba”, diziam os tucanos. 

Os moradores dos prédios na avenida que votam em Aécio apareceram pela janela para manifestar o seu apoio. Aqueles que estavam na rua faziam referência ás manifestações de junho de 2013: “Vem para a rua”, pediam. 

O locutor que guiava o carro de som pedia para os manifestantes recolherem os lixos do chão, pois “o PSDB faz uma campanha limpa”. O pedido foi atendido. 

Essa é uma das disputas mais acirradas pelo Planalto da Alvorada desde a redemocratização em 1988. Já foi provado no primeiro turno que os brasileiros estão decidindo seus votos de última hora e cada manifestação poderá fazer a diferença. “Estou otimista que dará Aécio, mas acho que será difícil, porque muita parte do eleitorado da Dilma não é sensível a todas essas notícias de corrupção e é o que mais Aécio tem divulgado”, explicou Airton, 24 anos, bancário, que esteve na passeata.

Se os movimentos a favor da candidatura do PSDB nos minutos finais da escalada eleitoral surtirão efeito, os brasileiros só descobrirão na noite de domingo 26.