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A forma como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na campanha para a reeleição de Dilma Rousseff (PT) compromete sua história e vem surpreendendo até mesmo os aliados do governo. Lula tem usado o palanque para se dedicar pessoalmente à desconstrução do candidato Aécio Neves (PSDB), se valendo de argumentos vis, usando as  mesmas armas que Fernando Collor de Mello empunhou contra sua candidatura em 1989. Ataques pessoais e sem compromisso com a verdade têm pautado os discursos do ex-presidente. Ele já insinuou que o adversário teria problemas com bebidas, não respeitaria mulheres, seria nazista e, por último, tem dito que Aécio “não trabalha”.

Lula mancha a própria biografia ao usar de seu prestígio para espalhar boatos contra a honra do adversário, em vez de referendar as supostas propostas que a candidata Dilma Rousseff possa apresentar ao País. Ao protagonizar uma campanha do medo contra o candidato tucano, o ex-presidente se iguala aos ditadores de plantão que usam o discurso do estado democrático de direito apenas como arsenal retórico.

O terror contra o povo é um instrumento típico do bolivarianismo que graça com fervor em regimes totalitários da América Latina. Com seu posicionamento, Lula alimenta a claque sindicalista que não quer perder o poder e acha possível usar todos os instrumentos – o terrorismo eleitoral inclusive — para manter o status. Mesmo a custa de um assalto notório ao Estado e as estatais, como estamos assistindo nos últimos tempos. Lula mente e acha isso aceitável.