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O doleiro Alberto Yousseff, um dos investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, disse à Justiça que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, pivô no escândalo de desvio de dinheiro da estatal, só foi empossado no cargo, em 2004, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ceder à pressão de "agentes políticos", supostamente aliados ao governo, beneficiados pelo esquema.

Em depoimento do acordo de delação premiada, Yousseff, intermediário no esquema de propinas, disse que a pressão sobre Lula foi feita por meio do "trancamento" da pauta do Congresso. "Para que Paulo Roberto Costa assumisse a cadeira de diretor da Diretoria de Abastecimento, esses agentes políticos trancaram a pauta do Congresso durante 90 dias", afirmou Yousseff à Justiça Federal.

"Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa", afirmou o doleiro.

Segundo a PF, o esquema de corrupção na Petrobras movimentou cerca de R$ 10 bilhões.

Também em depoimento à Justiça Federal, Paulo Roberto Costa afirmou que o dinheiro desviado abasteceu a campanha eleitoral de 2010 do PT e de partidos aliados.

De acordo com Costa, o tesoureiro do PT, João Vaccari, era um dos responsáveis por intermediar o desvio de verba dos contratos de obras da Petrobras.

À Justiça, Yousseff também afirmou que o esquema envolvia agentes públicos de alto escalão. Além do PT, outras siglas beneficiadas seriam o PP e o PMDB.