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Salvo grandes mudanças de última hora, o que não é impossível de ocorrer em uma eleição majoritária, o PMDB deverá, já na manhã de segunda-feira, contabilizar cinco governadores eleitos no primeiro turno. As últimas pesquisas indicam ainda que o partido deverá ir para o segundo turno com reais chances de vitória em outros oito Estados. Além disso, a legenda deverá novamente ter a maior bancada do Senado.

São números importantes e que deverão ser considerados por qualquer que seja o presidente eleito. E ninguém sabe tão bem disso quanto os próprios peemedebistas. Não é à toa que nas duas últimas semanas, em diversas reuniões, os principais líderes do partido já tratam abertamente das eleições para as direções da Câmara e do Senado. Também já falam claramente que uma relação “diferente” com o Palácio do Planalto caso a presidenta Dilma venha a ser reeleita.

Nesse cenário, o vice Michel Temer vai buscar mais espaço e maior influência no governo. O objetivo, além de abocanhar uma fatia maior no orçamento da União, é criar condições políticas para o partido comece a pensar em um projeto presidencial próprio. É verdade que um dos dramas do partido é perceber que, apesar da força mostrada nas urnas, ainda não possui uma liderança com capilaridade nacional. “O presidente Michel é um líder nato. Capaz de juntar diversas correntes divergentes e respeitado em todo o País. Mas não é um político com carisma popular”, afirma um senador do partido. “E nossos melhores quadros são líderes apenas em suas regiões”.

Para solucionar essa equação, as reuniões dos peemedebistas têm apontado um único caminho: em caso de vitória da presidenta Dilma o partido irá para a briga com o PT em busca de ministérios de peso. Saúde e Educação são as duas pastas mais citadas nas reuniões.

Caso a presidenta Dilma não se reeleja, a discussão será outra. O preço político para apoiar um novo governo não está estabelecido, mas o presidente Michel Temer já está atuando para que, caso esse cenário se concretize, o PMDB consiga negociar em bloco, e não retalhado, como ocorreu em diversas ocasiões do passado recente. O que menos se espera é que o partido vá disputar como PT a liderança da oposição.     

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