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Enquanto Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) discutem a independência do Banco Central, e Aécio Neves (PSDB) questiona a política econômica do atual governo e chama Marina de "PT de roupa nova”, os candidatos nanicos, sem nada a perder, apresentam as propostas mais polêmicas desta eleição presidencial.  

Já imaginou a Petrobras nas mãos da iniciativa privada? E se todas as escolas particulares se tornassem públicas? Ou o sonho de todo trabalhador: aumento do salário mínimo acompanhado da redução da jornada de trabalho?
 
Os candidatos também defendem a legalização da maconha, o direito ao casamento entre homossexuais, a desmilitarização da Polícia Militar, uma poupança bancada pelo governo, o fim do Senado e até o encerramento da presença das tropas brasileiras no Haiti.
 
Privatizar tudo. Até a Petrobras
Essa é a ideia do candidato Pastor Everaldo (PSC), que, se eleito, passaria todas as empresas “que são foco de corrupção” para a iniciativa privada. Somente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal seriam preservados. O motivo: garantir a segurança do sistema financeiro.
 
Legalização da maconha
Para Eduardo Jorge (PV), a legalização da maconha seria um avanço para o País pois atingiria diretamente o tráfico. Além disso, a polícia teria mais tempo e recursos para procurar criminosos mais violentos. Sobre a liberação de outras drogas, o candidato avalia que cada caso precisa ser avaliado individualmente.
 
Casamento gay
Entre os políticos que têm defendido o direito ao casamento gay nestas eleições, a candidata à Presidência Luciana Genro (Psol) é quem tem mais tocado no assunto. Luciana tem feito discursos a favor dos direitos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Ela também pretende retomar o programa de combate à homofobia nas escolas.
 
Aborto
Eduardo Jorge (PV) não tem medo de defender a legalização do aborto. No debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que o País "não pode abandonar 800 mil mulheres" que fazem abortos e as transformarem em criminosas. “É preciso revogar essa lei atual, criminosa e machista.”
 
Salário mínimo sobe, jornada de trabalho cai
No fim de agosto, o governo federal entregou o Projeto de Lei Orçamentária ao Congresso com a previsão de que o salário mínimo passe dos atuais R$ 724 para R$ 788,06. Se Rui Costa Pimenta (PCO) for eleito, o aumento será bem maior do que os 8,8% propostos pelo governo Dilma. Pimenta propõe salário mínimo de R$ 3,5 mil. Além disso, o candidato defende a redução da jornada máxima de trabalho para 35 horas semanais.
 
Poupança estatal
Já imaginou ganhar do governo R$ 2.896 ao completar 21 anos? Uma das propostas do candidato Levy Fidelix (PRTB) diz que todo brasileiro terá direito a uma poupança no valor de quatro salários mínimo (R$ 724, atualmente), que poderá ser resgatada ao completar 21 anos de idade. Imagina se o salário mínimo for o proposto pelo candidato Rui Costa Pimenta?
 
Escola particular? Não, só pública
Estudou a vida inteiro em escola pública e sente que não está tão preparado para o vestibular quanto o concorrente que estudou em uma instituição privada? Se Rui Costa Pimenta (PCO) for eleito, todas as escolas particulares serão estatizadas, assim como as grandes empresas privadas do setor cultural.
 
Estatizar já
Também em defesa da soberania do Estado, Zé Maria (PSTU) propõe estatizar todo o sistema financeiro, “acabando com a farra dos bancos”. Com isso, o candidato espera acabar com a política de juros mais altos. Além disso, o candidato do PSTU quer anular todas as privatizações realizadas durante os últimos “governos neoliberais”.
 
Adeus, Senado
Isso mesmo. Os cortes que Eduardo Jorge (PV) prevê fazer na máquina pública incluem dar fim ao Senado. Os deputados também não passariam ilesos, já que o candidato do PV propõe uma redução de 25% em cada bancada dos Estados na Câmara. E as vagas que sobrarem ficariam sem verbas de gabinete.
 
14 Ministérios e só
Muitos candidatos falam em reduzir o número de ministérios do governo federal – atualmente, são 39. Eduardo Jorge (PV) já decidiu quantos vai deixar se for eleito: 14. Alguns ministérios seriam integrados – como Educação, Esportes e Cultura – em uma única pasta. O candidato do PV também tem suas próprias ideias para novos ministérios, como os Ministérios da Amazônia e do Nordeste. As 14 pastas seriam as seguintes: Seguridade Social; Educação, Cultura e Esportes; Trabalho, Desenvolvimento Social e Superação da Miséria; Direitos Humanos, Gênero, Nações Indígenas e Reparação; das Sequelas da Escravidão; Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Energia, Cidades; Justiça; Autodefesa; Agricultura (reforma agrária, abastecimento e pesca); Fazenda, Planejamento e Gestão; Infraestrutura (transportes, turismo, comunicação); Relações Exteriores; Ciência e Tecnologia (indústria, comércio, mineração); Amazônia; Nordeste.
 
Ministério da Família
A família brasileira está em decadência? José Maria Eymael (PSDC) tem uma solução: criar o Ministério da Família. Segundo o candidato, a pasta existe em grandes nações do mundo e criaria políticas para atender as necessidades das famílias brasileiras. “A família é a base da sociedade”, afirma.
 
Desmilitarização da PM
As Policiais Militar e Civil são corporações subordinados aos governos estaduais. Zé Maria (PSTU) defende a desmilitarização da polícia, ou seja, o fim da Polícia Militar. A ideia é passar para a Polícia Civil as atribuições atualmente exercidas pelos militares.
 
Haiti
O candidato Mauro Iasi (PCB) tem uma proposta bastante peculiar: ele quer retirar imediatamente todas as tropas brasileiras atualmente no Haiti. Em seguida, quer incentivar as demais nações a fazerem o mesmo. Iasi defende a criação de um programa de reconstrução do país da América Central nos âmbitos sociais, culturais, políticos e econômicos, sem a presença militar.
 
Isenção de Imposto de Renda até dez salários mínimos
Neste ano, todo trabalhador que tenha recebido rendimentos mensais superiores a R$ 1.787,77 foi obrigado a pagar imposto de renda. O valor é menor do que três salários mínimos. José Maria Eymael (PSDC), quer elevar essa faixa de isenção para até dez salários mínimos (R$ 7.240).
 
Fim do superávit primário
O superávit primário é uma espécie de economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. É a diferença entre o que o governo gasta e o que arrecada – se o resultado for negativo, em vez de superávit, temos déficit primário. O dado é importante, pois o controle da dívida sinaliza o risco de o governo dar ou não calote em seus credores. Para Luciana Genro (Psol), é hora de acabar com o superávit primário. Segundo ela, essa economia impede o País de investir em setores fundamentais, como educação e saúde.
 
Fim do fator previdenciário
Luciana Genro (Psol) também quer o fim do fator previdenciário, um cálculo introduzido no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que leva em conta o tempo de contribuição à Previdência, a idade do segurado e a expectativa de vida da população para definir os valores de aposentadoria.