A menos de um mês das eleições, o candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, empreende um último esforço na tentativa de voltar a ser competitivo na corrida eleitoral. A nova estratégia do senador tucano consiste em coincidir sua agenda com a de candidatos a governador pelo PSDB mais bem avaliados nas pesquisas. Dessa forma, espera recuperar o eleitorado que possuía antes da morte de Eduardo Campos e da entrada de Marina Silva no jogo eleitoral. Até o início de agosto, Aécio oscilava entre 20% e 24% das intenções de voto, patamar que poderia levá-lo ao segundo turno das eleições. Hoje, o cenário é adverso. Além de não ter atraído o eleitorado indeciso, Aécio perdeu votos para a concorrente direta do PSB. Apesar da situação delicada, o tucano joga outra cartada na reta final da campanha.

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TUDO OU NADA
Aécio ao lado de Marconi Perillo em evento em Goiânia na terça-feira 9.
Intenção é se apoiar na popularidade do governador líder nas pesquisas

Na última semana, a agenda do senador já começou a privilegiar os Estados em que os candidatos tucanos estão mais bem posicionados, como São Paulo com Geraldo Alckmin, Goiás com Marconi Perillo e Pará com Simão Jatene. Todos eles são candidatos à reeleição e estão com a popularidade em alta nos respectivos Estados. O tucano também cola em aliados em franca ascensão, como Ana Amélia Lemos, no Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, Aécio irá se dedicar ao corpo a corpo eleitoral também em Minas Gerais, onde tem um potencial grande de votos, na avaliação de integrantes da campanha tucana. Na quinta-feira 11, o senador esteve em Montes Claros em encontro com o prefeito Ruy Muniz (PRB) e com políticos do PSDB e, posteriormente, em Belo Horizonte com a juventude tucana.
Em São Paulo, Estado onde Aécio figurava na liderança, ele se depara com o desafio de desmontar o fenômeno denominado “Geraldina” – o voto em Geraldo Alckmin para governador e Marina para presidente. De acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, Alckmin venceria as eleições com tranquilidade em primeiro turno, mas 43% dos eleitores do tucano dizem votar em Marina. Nos últimos dias, trackings (entrevistas por telefone) encomendados pelo PSDB mostravam que o tucano já ultrapassava Dilma no Estado. Seu objetivo, no entanto, é mais ambicioso: o de pelo menos encostar em Marina em São Paulo, o principal colégio eleitoral do País. Por isso, na sexta-feira 12, Aécio participou de mais uma caminhada ao lado de Alckmin na capital paulista. Só neste mês, os dois já fizeram ao menos cinco agendas conjuntas.

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AGENDA CASADA
Na sexta-feira 12, Aécio participou de uma caminhada ao lado
de Geraldo Alckmin na capital paulista. Só neste mês, os dois
já fizeram ao menos cinco agendas conjuntas

O que ocorre em São Paulo se repete em Goiás. O candidato tucano à reeleição para o governo, Marconi Perillo, lidera as pesquisas de intenção de voto, mas nem todos os seus votos são transferidos para Aécio. Há um movimento no Estado chamado “MariMar”, pregando votos para Marconi governador e Marina presidente, o que também preocupou a campanha nacional do PSDB. Buscando diminuir a força do movimento, o senador esteve na terça-feira 9 em Goiânia ao lado de Perillo. Durante a visita, Aécio foi questionado sobre os votos casados no governador tucano e em Marina, mas foi interrompido por Perillo: “No Brasil inteiro há partidos que apoiam o Aécio e partidos que defendem outras candidaturas. Os nossos governadores, os candidatos a senador e toda a nossa base do PSDB e dos partidos que estão com o Aécio vão garantir a vitória dele”, discursou. Cerca de cinco mil pessoas participaram do comício organizado por Perillo no Tatersal de Elite do Parque de Exposição Agropecuária. “Agora é a hora da virada”, repetiu Aécio sobre o palanque. Cerca de 100 prefeitos, vereadores e candidatos ao parlamento estadual se acotovelavam no palco erguido por Perillo.

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A nova estratégia da campanha de Aécio foi iniciada na segunda-feira 8 em Marabá. Na companhia do governador tucano e candidato à reeleição no Estado do Pará, Simão Jatene, o senador se comprometeu a ser “o presidente dos municípios”. Jatene, que lidera as pesquisas de intenção de voto, mas empata tecnicamente com o candidato do PMDB, Helder Barbalho, e o venceria no segundo turno, acompanhou o senador no encontro com lideranças políticas no Rotary Clube de Marabá e enalteceu o candidato tucano à Presidência por ter sido o único a visitar a cidade. Se ele voltará lá como presidente, é outra história.

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REFORÇO NO SUL
Aécio espera conquistar o eleitor gaúcho que
vota em Ana Amélia Lemos (PP-RS)


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