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A afirmação de um dos principais cientistas em pesquisas sobre doenças tropicais da Alemanha de que a luta contra o ebola está perdida na Libéria e Serra Leoa jogou ainda mais combustível na comunidade médica internacional nesta quinta-feira. De acordo com Jonas Schmidt-Chanasit, do renomado Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical, em Hamburgo, o vírus está absolutamente sem controle nesses paises e não parece haver nenhuma solução para controlar sua disseminação. “O fato é que a epidemia vai acabar por si só, em algum momento, mas podemos imaginar que alguns milhões de seres humanos serão mortos até que isso aconteça”, disse ele em uma entrevista à agência de notícias alemã Deustche Welle.

De acordo com o pesquisador alemão, existe a possibilidade de até metade das populações de Serra Leoa e da Libéria serem dizimadas pelo Ebola. O momento certo para deter esta epidemia nesses países passou. Isso deveria ter sido feito em maio e junho. Agora é tarde demais", disse. Hoje Serra Leoa conta com cerca de 5 milhões de habitantes e a Libéria com aproximadamente 4 milhões.

De acordo com o virologista, “a coisa mais importante a fazer agora é evitar que o vírus se espalhe para outros países ", e que muito mais dinheiro tem de ser investido em testes de vacinas eficientes, de acordo com o DW.

 

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Jonas Schmidt-Chanasit, do Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical
 

A declaração de Jonas ao DW desencadeou reações nervosas das autoridades. Uma porta-voz de da organização humanitária não-governamental Welthungerhilfe afirmou ao DW que as afirmações "não são muito construtivas".  Já Jochen Moninger, coordenador da organização que está sediado em Serra Leoa, foi mais duro, afirmando que as colocações do virologista “são perigosas e, além disso, não são corretas”.

Jochen alegou ao DW que medidas estão começando a mostrar avanços e que o problema tem solução e a epidemia ainda pode ser contida. "Se eu tivesse perdido a esperança por completo, gostaria de arrumar minhas coisas e sair daqui com minha família" declarou ele ao jornal alemão. O coordenador ainda ressaltou que “acabar com as esperanças não ajuda”.

De acordo com o DW, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se recusou a comentar a declaração de Schmidt-Chanasit. Fadela Chaib, porta-voz da Organização, no entanto, diz que “certamente ainda há esperança para os dois países”. “Podemos colocar a situação sob controle em 6 a 9 meses", disse ao DW.