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O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na estatal -, citou ao menos 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos que teriam recebido propinas por contratos firmados durante sua gestão. As informações são do site do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com o ex-executivo, os envolvidos no esquema receberiam 3% de comissão sobre o valor total dos contratos.

Segundo o Estadão, o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi um dos mencionados por Costa à Polícia Federal. Outros citados pelo ex-diretor da Petrobras seriam o tesoureiro do PT, João Vaccari, os deputados André Vargas (sem partido-DF) e Luiz Argolo (SD-BA) e o senador Fernando Collor (PTB-AL).   

Em depoimento à PF que ocorre desde a última sexta-feira (29) sob acordo de delação premiada, Costa disse que ocorreu a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobras e que partidos políticos eram supostos beneficiários de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados.

Ainda segundo O Estado de S. Paulo, o número de envolvidos no esquema foi citado pelo ex-diretor da Petrobras no início dos depoimentos – e pode crescer.

Com a delação premiada, Paulo Roberto Costa tenta obter uma possível redução ou até mesmo a extinção da pena em caso de condenação.

"Todo dia tinha político batendo em sua porta", disse o ex-executivo, segundo o Estadão. Em um dos depoimentos, Costa citou uma conta de um "operador do PMDB" em um banco europeu.

Ainda de acordo com o Estado de S. Paulo, por causa da citação aos políticos, que têm foro privilegiado, os depoimentos serão remetidos para a Procuradoria Geral da República.

Costa deverá ser libertado ao fim dos depoimentos. Ele usará uma tornozeleira eletrônica, mas não poderá sair de casa.