A fotografia modernista é uma das fases mais valorizadas da fotografia brasileira. Thomaz Farkas, Geraldo de Barros, Marcel Gautherot e José Oiticica, que trabalharam nos anos 1940 e 1950 documentando a construção de Brasília e as transformações da paisagem urbana de cidades brasileiras, estão entre os autores mais procurados por colecionadores de fotografia, que dispõem de galerias especializadas nesse período histórico, como a Luciana Brito Galeria, de São Paulo, e a Pequena Galeria 18, do Rio. Todos os anos, durante a SP-Arte/Foto, dezenas de novas imagens desse período chegam ao mercado, mas na oitava edição da feira o destaque fica por conta do modernismo revisitado por autores contemporâneos. A tendência foi observada e discutida no ciclo de conversas “Imaginar é preciso”, organizado pela revista “seLecT” na SP-Arte/Foto.

A arquitetura utópica de Brasília é perseguida por novos autores, como Vicente de Mello e Flavio Samelo. Outros preferem problematizar os fundamentos progressistas dos anos modernos, como Rodrigo Bueno, que trabalha sobre imagens de ruínas puídas pelo tempo, ou Ricardo Alcaide, que faz colagens com papéis descartados e amassados sobre fotografias da arquitetura moderna. Já Fabiano Rodrigues, fotógrafo e skatista, imprime uma atitude performática à história da fotografia ao se autoclicar andando de skate sobre as clássicas curvas de Niemeyer (foto).

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As novas estéticas modernas são uma das quatro tendências da fotografia contemporânea detectadas pelo evento. Também entraram em discussão a paisagem em grande formato, as fotografias de tiragem única e a compulsão à ficção, possibilitada pelas novas máquinas de produção de imagens, entre câmeras, drones, computadores e escâneres. Foram convocados aos debates críticos e curadores como Luisa Duarte, Fernando Sardenberg, Eder Chiodetto e Ronaldo Entler, além de artistas como João Castilho e Albano Afonso.