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O candidato ao Senado José Serra (PSDB) foi intimado a depor sobre contatos que manteve com empresas de cartel de trens que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Polícia Federal quer saber se Serra, quando era governador, atuou a favor das multinacionais CAF e Alstom em uma disputa com outra empresa do cartel, a Siemens.

Além de José Serra, outras 44 pessoas serão ouvidas. O depoimento do tucano foi marcado inicialmente para o dia 7 de outubro, dois dias após as eleições. Serão ouvidos ainda o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella, o atual presidente da estatal CPTM Mário Bandeira e o ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda.
 
Em um e-mail de 2008 e um depoimento do executivo da Siemens Nelson Branco Marchetti sugerem que houve pressão de Serra e de Portella para que a empresa desistisse de um recurso judicial que impediria a conclusão de uma licitação da CPTM na qual a CAF apresentara a melhor proposta.
 
Procurada pela Folha, a assessoria de Serra disse que "estranha muito a inclusão do nome dele nesse inquérito às vésperas da eleição, sobretudo depois que o Ministério Público Estadual, e até o procurador-geral de Justiça, arquivaram a mesma investigação". A nota diz ainda que o procurador “reconheceu que Serra atuou de maneira a evitar qualquer cartel quando esteve no governo" e que “O vazamento desse inquérito neste período eleitoral revela motivação política para produzir artificialmente uma notícia".
 
O candidato disse que não sabia do motivo da intimação até ser procurado pelo jornal. O ex-secretário de Transportes Metropolitanos José Luiz Portella e o ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda não se pronunciaram.
 
Já a CPTM disse que seus dirigentes “continuam colaborando com os órgãos que investigam as denúncias sobre formação de cartel por parte das empresas que participaram de licitações".


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