Muita gente não acreditou quando recebeu pelas redes sociais a notícia de que o ator americano Robin Williams, 63 anos, havia se enforcado em sua casa na Califórnia, na segunda-feira 11. O provável suicídio não era mais uma mentira espalhada pela rede, nestes tempos de repercussão via internet, mas surpreendeu quem estava acostumado a ver o comediante nas telas com seu humor sincero e sacadas rápidas.

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"Se existe mesmo um céu, eu gostaria de
saber que as pessoas dão risadas por lá"

Apesar de muitas vezes espinafrado pela crítica por papéis considerados sentimentaloides, como o médico de “Patch Adams: O Amor é Contagioso” e o robô de “O Homem Bicentenário”, o ator fez bons filmes como “O Pescador de Ilusões”, em que interpreta um mendigo que salva da morte o homem responsável por sua desgraça. Também conquistou uma geração de crianças atuando em filmes como “Jumanji” e “Uma Babá Quase Perfeita”.

Williams começou fazendo stand-ups com performances independentes de roteiro, como a maioria de seus colegas. Com o sucesso, foi para a tevê, mas o estrelato veio mesmo em 1987 com o drama “Bom Dia, Vietnã”, pelo qual foi indicado pela primeira vez ao Oscar. Ganharia a estatueta dez anos depois, com “Gênio Indomável”.

Era alcoólatra e viciado em cocaína no começo da carreira, e só largou as drogas depois da morte de um amigo por overdose e do nascimento do primeiro filho, no começo dos anos 1980. Em 2003, porém, voltou a beber e passou por clínicas de reabilitação. Lutava contra uma depressão severa. “A fama não causa depressão. É uma coisa com um lado genético muito forte. Quando alguém está deprimido, ficamos procurando explicações em torno, quando deveríamos procurar dentro da pessoa”, diz o psicanalista Luiz Alberto Py. Williams provavelmente concordaria.

Certa vez, perguntado sobre a causa de seu vício, respondeu: “Não foi causado por nada. Só está lá”.

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Foto: CBS Photo Archive


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