LINHA-DE-MONTAGEM-VOLKSWAGE.jpg

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 252.635 unidades em julho, alta de 17,0% na comparação com junho e recuo de 20,5% ante julho de 2013, divulgou nesta quarta-feira, 06, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com o resultado, a produção acumula retração de 17,4% nos sete primeiros meses do ano, sobre igual período de 2013, para 1.818.684 unidades.

Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em julho chegou a 237.445 unidades, alta de 15,7% na comparação com junho e recuo de 19,9% ante julho de 2013. No mês passado, foram produzidos 179.618 automóveis e 57.827 comerciais leves.

A produção de caminhões atingiu 12.326 unidades em julho, alta de 50,5% na comparação com junho e recuo de 30,5% ante julho de 2013. No caso dos ônibus, foram produzidas 2.864 unidades em julho, alta de 12,9% na comparação com junho e queda de 22,9% ante julho do ano passado.

As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus atingiram 294.768 unidades em julho, com alta de 11,8% na comparação com junho e recuo de 13,9% ante julho de 2013. No acumulado de janeiro a julho deste ano, os emplacamentos chegaram a 1.957.688 unidades, baixa de 8,6% sobre igual período do ano passado.

Indústria espera normalização do setor

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail
O presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse que as montadoras brasileiras esperam uma normalização do setor automotivo no segundo semestre deste ano, tanto que têm adotado a utilização de lay-offs para reduzir a força de trabalho temporariamente, e por isso não são esperadas grandes demissões este ano.

"Os lay-offs significam expectativa de que o mercado volte à normalidade, é um mecanismo de preservação de postos de trabalho", afirmou. Segundo Moan, a maioria das montadoras associadas à Anfavea não prevê, por enquanto, a realização de novos programas de demissão voluntária este ano.

Mesmo assim, o executivo diz que as montadoras devem continuar ajustando para baixo os níveis de produção até que os estoques voltem a patamares considerados normais. Em julho, os estoques caíram para o equivalente a 39 dias de vendas, de 45 dias em junho. "Existem várias versões para níveis de estoques adequados, algumas empresas consideram em torno de 23, 25 dias, outras até 35 dias, depende da estratégia de cada montadora".

Moan disse que não tem conversando individualmente com os candidatos à presidência, mas que a organização apoia as propostas apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O melhor para o setor automotivo é o crescimento da economia como um todo. Apoiamos medidas que possam fazer a indústria contribuir ainda mais com o desenvolvimento da economia", resumiu.

Em relação à crise da Argentina, Moan reforçou que não espera um grande impacto para o setor automotivo brasileiro e disse que o acordo fechado em junho já previa uma situação complicada no país, por isso o novo calote não deve levar a alterações nesse pacto. Ele explicou que apesar do acordo que permite ao Brasil exportar US$ 1,5 para cada US$ 1 exportado pela Argentina, no primeiro semestre deste ano esse índice ficou em apenas 1,03. "Isso mostra que temos espaço para aumentar as exportações em 50% sem nenhum problema. Não acredito em revisão do acordo", comentou.

Moan disse que as medidas adotadas recentemente pelo Bando Central para reduzir o compulsório bancário, que injetarão quase R$ 45 bilhões na economia, devem ter um impacto positivo no setor automobilístico. "As medidas foram uma surpresa positiva, a economia brasileira precisava desta liquidez. Mas nós entendemos que a rede bancária precisa de uma análise apurada para decidir onde aplicar", comentou Moan. Segundo ele, os primeiros efeitos positivos das medidas devem ser sentidos já no final deste mês e início de setembro.

Moan também comentou que a questão do novo calote da Argentina não deve ter um grande impacto no setor automotivo brasileiro, "apesar de o país ser o destino de quase 75% das nossas exportações". Segundo ele, os governos dos dois países estão trabalhando na expansão do comércio e o acordo bilateral fechado em junho prevê um aumento de integração produtiva. Com isso, os vizinhos poderão negociar, em conjunto, a abertura de novos mercados externos.

"Estamos trabalhando fortemente em uma maior integração na América do Sul, e num segundo momento vamos trabalhar o mercado africano", comentou o executivo, lembrando que o Mercosul ainda negocia um acordo comercial com a União Europeia.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias