Dentro de poucos anos, astrônomos ao redor do mundo terão à disposição uma quantidade inédita de imagens e dados sobre os confins mais distantes do universo. Serão fotografias, vídeos e análises de estrelas e exoplanetas obtidos por uma nova geração de telescópios – muito maiores e mais precisos – que estão em construção hoje. Alguns deles ficarão em terra, no topo de montanhas isoladas no Chile ou no Havaí, enquanto outros serão lançados ao espaço (confira quadro).

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EM ÓRBITA
Técnico observa espelhos do telescópio espacial James Webb,
substituto do Hubble, que será lançado em 2018 pela Nasa

Um dos mais aguardados equipamentos dessa nova “safra” é o telescópio espacial James Webb, da Nasa, que deve ser colocado em órbita em 2018. Considerado substituto do Hubble, responsável pelas mais fantásticas imagens do universo obtidas até hoje, ele tem espelho de captação três vezes maior que o do antecessor. Sua principal missão é fazer imagens em infravermelho, que ajudam os cientistas a entender o movimento de expansão das galáxias e a detectar o calor de planetas fora do sistema solar – onde há potencial para o surgimento de vida. “Com essas ferramentas, estará ao nosso alcance descobrir algo que pode mudar o mundo para sempre”, diz Matt Mountain, um dos cientistas participantes do projeto do telescópio.

Entre os equipamentos que ficarão em solo, o Telescópio de 30 Metros – bancado por um consórcio de universidades americanas e entidades canadenses, indianas e japonesas – é um dos mais avançados. O nome bastante literal faz referência ao diâmetro de seu espelho, quase três vezes maior do que os utilizados nos telescópios mais poderosos atualmente. A construção no topo de uma montanha no Havaí começa em outubro. Após a conclusão, em meados de 2020, o observatório buscará pistas de buracos negros e estudará o processo de formação do universo.

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NO CHÃO
O Telescópio de 30 Metros (sim, esse é o nome oficial) será erguido
no topo de uma montanha no Havaí e buscará pistas de buracos negros

É também no topo de montanhas no Chile que outros três grandes telescópios serão baseados, incluindo o E-ELT, sigla em inglês para Telescópio Europeu Extremamente Grande. O Brasil, único país fora do Velho Continente a entrar no consórcio, deverá assumir parte dos custos, estimados em R$ 6 bilhões, em troca de acesso às instalações. A construção começou em julho e deve terminar em 2022.

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Fotos: Ball Aerospace; Divulgação