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O governo federal afirmou nesta quinta-feira que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil subiria de 0,744 para 0,764, passando virtualmente de 79º para a 67º no ranking de 187 países divulgado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O recálculo do governo não leva em conta como os outros países ficariam na lista se alterados os índices.

“Nós reconhecemos a complexidade de fazer um relatório de mais de 180 países e da necessidade que se tenha parâmetro para permitir que sejam comparáveis. Ocorre que o Brasil tem dados disponíveis no relatório e outros países tem dados mais atualizados. Nós temos dados no relatório que são de 2009 e vários países contam com dados de 2012”, disse a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello.

Para o governo, o Pnud levou em conta os dados de renda de 2012, mas não considerou números atualizados da educação e da saúde. Em entrevista coletiva concedida nesta manhã, ministros do governo Dilma Rousseff afirmaram que o indicador de expectativa de vida usado foi o de 2010 e a média de anos de estudo da população é de 2009, sendo que há informações mais novas disponíveis.

“O IDH brasileiro não reflete o que aconteceu nos últimos quatro anos, porque os dados estão desatualizados”, disse a ministra. "Há muitos países que têm dados disponíveis de 2012. O Brasil quer ser medido e avaliado por indicadores atuais, e não de 2009", acrescentou.

Com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2012, a expectativa de vida atual do brasileiro é de 74,8 anos, e não 73,9, como aponta o relatório do Pnud; os anos esperados de escolaridade passariam de 15,2 para 16,3; e a média de anos de estudo subiria de 7,2 para 7,6.

Apesar de contestar os dados, o governo comemorou a melhora no IDH e as diversas citações do país como exemplo em políticas sociais e ações em resposta à crise de 2008.

Embora o relatório mostre o Brasil como um país desigual, o governo considerou que o índice que aponta o problema vem caindo. O IDH ajustado à desigualdade em 2006 era de 29,6% e passou para 27% em 2013. Dados oficiais mostram que a renda entre os 5% mais pobres cresceu 20,1%.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, também comemorou o aumento de 11 anos na expectativa de vida do brasileiro desde 1980 e apresentou políticas públicas que repercutiram na melhora do índice. O Brasil, no entanto, apresenta expectativa de vida menor que de países como a Líbia (75,3 anos), palco recente de uma guerra civil.

Apesar de o Brasil não ser uma zona de conflito, o ministro lembrou que fatores externos, como homicídios e acidentes de trânsito contribuem para que o índice não seja mais elevado.

“Nós não vivemos um conflito, mas é absolutamente considerável as situações que temos em homicídio em relação aos adultos jovens do sexo masculino e os problemas de acidentes de trânsito que ainda tem um impacto”, disse o ministro.