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O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira que a derrubada do avião malaio no leste da Ucrânia não deve ser usada com propósitos políticos e pediu aos separatista que permitam o acesso dos especialistas internacionais ao local da queda da aeronave.

"Tudo deve ser feito para garantir a segurança dos especialistas internacionais no local da tragédia", disse Putin, em um pronunciamento pouco comum na TV, no qual ele estava sentado em um escritório. 

O russo pediu a criação de um "corredor humanitário" para permitir o acesso dos especialistas ao local onde o avião foi derrubado, matando todas as 298 pessoas a bordo, dentro do território controlado por rebeldes, mas não chegou a fazer um apelo público aos separatistas.

Putin, que parecia cansado, reiterou sua crença de que o incidente não teria acontecido se as forças do governo ucraniano não tivessem encerrado uma trégua e retomado a campanha militar contra os insurgentes pró-Moscou, no leste da Ucrânia. "No entanto, ninguém deveria – e ninguém tem o direito de – usar essa tragédia para atingir objetivos políticos egoístas. Tais eventos não deveriam dividir as pessoas e sim uni-las", disse ele.

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O comentário de Putin, feito após uma bateria de conversas diplomáticas ao telefone, pareceu ter como objetivo contrapor as críticas dos líderes ocidentais, que acusam o mandatário russo de não se esforçar em convencer os separatistas russos, a quem culpam pela derrubada do avião de passageiros, a interromper o conflito.

Putin defendeu seu papel na crise e reiterou seus pedidos pelo fim das hostilidades no leste ucraniano. "Temos pedido mais de uma veza todas as partes no conflito que interrompam imediatamente o derramamento de sangue e comecem a negociar", disse ele.

Apesar dos apelos pelo fim do conflito, confrontos eclodiram nesta segunda-feira perto de uma estação ferroviária de Donetsk, controlada pelo movimento separatista desde abril, no que os rebeldes dizem ter sido uma tentativa da forças do governo de recuperar o controle da cidade.

Rebeldes ucranianos favoráveis ao governo russo são os principais suspeitos de terem causado a queda do voo da Malaysia Ailrines na semana passada, matando os 298 ocupantes do Boeing 777. Segundo a inteligência americana, um míssil terra-ar de fabricação russa foi disparado da fronteira e atingiu a aeronave.

Putin tem sido criticado por supostamente dar apoio armamentista aos rebeldes ucranianos.


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