Depois de se reunir com as entidades que representam os fabricantes e distribuidores de automóveis, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na segunda-feira 30 a manutenção do desconto do IPI para veículos novos até o fim do ano. O imposto sobre os carros continuará entre 3% e 10% – conforme o modelo do veículo. A previsão inicial do governo era a de retornar, esta semana, para a alíquota cheia de 4% a 13%. A decisão complementa o pacote de bondades anunciado em junho à indústria num momento em que o governo tenta se equilibrar em meio à baixa confiança dos empresários e aos fracos resultados de sua política econômica. O índice de confiança da indústria medido pela FGV para o mês de junho foi o mais baixo dos últimos seis anos e perde para 2009 – quando o mundo enfrentava a crise econômica. O setor automotivo, um dos maiores termômetros e motores da economia do País, também apresenta resultados desanimadores. De janeiro a maio de 2014, o número de veículos licenciados caiu 4,35% em relação ao mesmo período de 2013 e 34,6% em relação a 2012. “A situação da indústria está tão ruim que as medidas emergenciais são bem-vindas”, acredita Aloísio Campelo, coordenador das sondagens empresariais da FGV/Ibre.

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ESTÍMULO
O imposto sobre os carros continuará
entre 3% e 10% – conforme o modelo do veículo

O governo e as associações reconhecem que a manutenção do IPI baixo é uma tentativa de evitar demissões em massa no setor. “Nós dissemos ao ministro que a indústria automotiva irá se esforçar ao máximo para manter os postos de trabalho”, afirmou Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Além da diminuição da exportação para a Argentina, o ritmo das vendas de veículos foi prejudicado por problemas como a alta da inflação e a diminuição do crédito, além da queda de confiança dos consumidores. O setor também atribuiu os resultados à Copa do Mundo e acredita que haverá recuperação no segundo semestre. Para os especialistas, no entanto, apenas a manutenção do IPI não é suficiente. “Os incentivos ao consumo não têm tanto efeito a longo prazo e só pioram a inflação”, afirma Bruno Lavieri, economista da consultoria Tendências. 

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