O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o seu antecessor, Sérgio Cabral, surpreenderam os analistas políticos de plantão. Demonstrando ampla capacidade de articulação, conseguiram montar um extenso arco de alianças em torno da candidatura do PMDB. Até a última semana, Pezão contabilizava o apoio de nada menos do que 19 partidos – entre eles o PSDB, o PPS e até o DEM, cuja adesão à chapa parecia improvável até o início deste ano.

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EM ALTA
Candidato à reeleição, o governador Luiz Fernando
Pezão (PMDB) subiu de 6% para 13% nas intenções de voto

Se as articulações foram bem-sucedidas, as recentes pesquisas também deram fôlego extra à candidatura. De acordo com o último levantamento do Ibope, há duas semanas, a liderança ainda é do deputado federal Anthony Garotinho (PR), com 18%, seguido de Marcelo Crivella, com 16%. Mas Pezão, que no início da campanha parecia estacionado na casa dos 6%, subiu para 13%, ultrapassando Lindbergh Faria (PT), com 11%. Mestre em sociologia política pela Universidade de Paris e diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Geraldo Tadeu Monteiro afirma que a ampliação das alianças tornou o candidato do PMDB ainda mais competitivo. “As alianças chamam muita infantaria, como os candidatos a deputados esta­duais e federais”, lembra Monteiro.

O embarque do Democratas na campanha de Pezão contou com o empenho pessoal do ex-governador Sérgio Cabral. No que foi considerado um dos principais lances da disputa até agora, Cabral abriu mão de disputar a vaga ao Senado em troca de apoio do ex-prefeito Cesar Maia, principal líder do DEM no Rio. Maia, que sempre fez oposição ferrenha ao PMDB e a Cabral, agora é o nome da coligação de Pezão para o Senado. “Aceitei a proposta de Cabral por prevalência da eleição presidencial. O objetivo é lutar contra Dilma”, afirmou Cesar Maia à ISTOÉ. A intervenção do candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, também teria contribuído para o acordo, segundo Maia.

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Aécio tem total interesse em turbinar a chapa. No início do mês, Aécio recebeu o apoio das principais lideranças do PMDB do Rio. Em jantar num restaurante da zona sul, 45 deputados, prefeitos e vereadores fundaram o movimento “Aezão”, que prega o voto conjunto em Aécio e Pezão. Na quinta-feira 26, o governador do Rio afirmou que haverá espaço para Dilma em seu palanque eleitoral. Mas ele não abre mão de abrigar Aécio.

O PMDB fluminense decidiu apoiar Aécio após o PT lançar a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) para o governo, rompendo com a aliança formada desde 2006. Agora, o principal objetivo do PMDB do Rio é aparar definitivamente as arestas com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que reagiu fortemente à aproximação do partido com Cesar Maia, seu histórico adversário político. Segundo apurou ISTOÉ, nas conversas iniciais com Paes, Pezão e Cabral já obtiveram êxito: conseguiram manter o prefeito na linha de frente da campanha peemedebista, embora ele não vá apoiar Maia ao Senado. 

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