acupuntura

A acupuntura conquista mais espaços. Quando chegou ao Brasil, por volta da década de 50, sua aplicação era aliviar dores as mais variadas. Mas, à medida que ganhou popularidade e a confiança de uma parcela dos médicos, novas portas se abriram. Hoje, é praticada em instituições como o Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, onde se faz muita pesquisa para ampliar seu campo de ação.

Tamanho interesse está propiciando um aumento significativo na lista de enfermidades combatidas com a ajuda do método. Além disso, faz com que mais centros médicos ofereçam a acupuntura no cardápio terapêutico. Uma novidade é a aplicação da técnica no pronto-socorro. Até o primeiro semestre deste ano, o Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo irá disponibilizar a acupuntura para atender pacientes que chegam na emergência com dor aguda. “O primeiro passo será diagnosticar o problema. Se for um problema muscular, ele poderá optar pela acupuntura em vez de analgésicos ou antiinflamatórios”, esclarece o médico Rui Tanigawa, coordenador do projeto. No hospital já funciona um ambulatório de acupuntura. Ali, há um ano e meio, a costureira Clélia Soares, 58 anos, faz aplicações semanais para controlar dores no corpo que resistiram aos remédios. “Melhorei muito e consigo ficar mais tempo costurando”, conta.

Dores generalizadas, como as de Clélia, são uma das indicações mais comuns. Mas atualmente há muitos outros males que podem ser aliviados pelas agulhas. O método entrou para o arsenal de recursos contra a hipertensão, a gastrite, a depressão e também para diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia (náusea e vômito, por exemplo), como ocorre no Hospital do Câncer, em São Paulo. Dessa lista fazem parte ainda a asma e a bronquite. Estudos internacionais mostram que a terapia é útil nesses casos. “Ela estimula a produção de substâncias que desentopem as vias aéreas”, explica o médico Gabor Fonai, de São Paulo. Ele também aplica a técnica em pacientes com paralisia facial por derrame cerebral. “Muitos se beneficiam”, assegura. Outra área em que a terapia traz vantagens é a recuperação de cirurgias. “Ela tem efeito antiinflamatório e diminui o uso de analgésicos”, afirma Hong Pai, do Centro de Dor do HC.

Mas essa multiplicidade de aplicações da acupuntura é alvo de algumas críticas. O médico Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo, desconfia de tantos benefícios. “A acupuntura funciona bem em casos de dores generalizadas quando não há lesão no órgão”, diz. Por isso, Lopes insiste que o diagnóstico deve ser sempre feito por um médico.

Passar por uma avaliação médica também é indispensável quando as agulhas são usadas para enfrentar a depressão e a síndrome do pânico. Sua contribuição é melhorar o ânimo e o bem-estar. Dependendo da intensidade, é necessário usar remédios e ter acompanhamento. Mas há situações em que poucas agulhadas levantam o astral. Há um ano, a modelo Maria Antonieta Ferraz, 20 anos, de São Paulo, passava por um momento de depressão. O médico indicou uma sessão semanal de acupuntura. Foi o remédio certo. “Melhorei muito, minha ansiedade diminuiu e até emagreci”, revela.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias