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A Holanda colocou a Copa do Mundo em estado de choque na tarde desta sexta-feira. Na estreia na competição, a equipe comandada por Louis Van Gaal reeditou a final do Mundial de 2010 contra a Espanha, mas atropelou a atual campeã com uma revanche altamente improvável. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, fez 5 a 1 com direito a show de Van Persie e falha grotesca do goleiro Casillas.

Em 2010, os times decidiram a final na África do Sul em partida que acabou com vitória por 1 a 0 da Espanha e título inédito. Na revanche, os holandeses demoliram o tiki-taka enquanto a torcida brasileira presente ia à desforra contra o atacante Diego Costa, que nasceu no Brasil, mas preferiu jogar a Copa do Mundo pelo time de Vicente del Bosque. A goleada contou até com gritos de “olé” e muitas chances perdidas.

Ainda nesta sexta, Chile e Austrália completam a primeira rodada às 19h (de Brasília), na Arena Pantanal, em Cuiabá. As seleções do Grupo B da Copa do Mundo voltam a campo na próxima quarta-feira. Os holandeses encaram a Austrália às 13h, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Já os espanhóis pegam o Chile no Maracanã, no Rio de Janeiro, às 16h.

 
Os espanhóis indicaram, desde a chegada do Brasil, que o estilo de jogo que caracterizou a equipe nos últimos anos não seria mudado: o tiki-taka, com posse de bola e toques de lado até encontrar brechas na defesa rival. O responsável por abrir esses espaços foi o brasileiro naturalizado Diego Costa, que antes da Copa causou polêmica por preferir jogar pela Espanha em vez do Brasil, mesmo recebendo do técnico Luiz Felipe Scolari a chance de convocação, ainda que tardia.

Assim, Diego Costa foi vaiado e xingado em peso pelos brasileiros presentes na Arena Fonte Nova. Apesar disso, fez com que a atuação espanhola fosse mais objetiva e ainda gerou o primeiro gol. Aos 27min, recebeu lançamento pela esquerda, invadiu a área e cortou a marcação de De Vrij, que tentou carrinho. Diego Costa não foi acertado, mas acabou pisando no pé do holandês e se desequilibrando. O lance polêmica foi interpretado como pênalti pelo árbitro italiano Nicola Rizzoli. Xabi Alonso bateu e abriu o placar.

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Por alguns minutos, os espanhóis conseguiram envolver os holandeses em seu tiki-taka, criando chances como a de David Silva, que aos 43min recebeu passe pela esquerda e tentou encobrir Cilesse, mas o goleiro desviou para fora. Antes, a Holanda havia perdido uma grande chance: aos 9min, com lançamento de Robben para Sneijder e grande defesa a queima-roupa de Casillas. O empate surgiu de forma bela: aos 44min, Blind deu longo lançamento para Van Persie, que viu Casillas ensaiar a saída do gol, então mergulhou de peixinho para, de cabeça, encobrir o goleiro.

 
Atropelo holandês e falha de Casillas

Blind mais uma vez fez a diferença no segundo tempo , logo aos 8min: deu longo lançamento para encontrar Robben entre dois zagueiros espanhóis. Dentro da área, ele cortou Piqué e contou com desvio de Sérgio Ramos para vencer Casillas e virar o jogo para a Holanda. O gol fez os espanhóis saírem mais para o jogo e darem mais espaço atrás. Aos 15min, a Holanda quase fez com chute de Van Persie pela direita da área – a bola explodiu no travessão, enquanto a defesa cobrava impedimento junto à arbitragem.

As reclamações só aumentaram aos 20min, com o terceiro gol. Primeiro houve uma falta contestável na ponta esquerda, feita por Pique. Na cobrança, Sneijder levantou na área, Van Persie se chocou com Casillas e impediu a defesa, enquanto De Vrij aparecia na segunda trave para cabecear para dentro do gol. A arbitragem irritou mais uma vez aos 23min, ao anular gol de David Silva, que completou rebote após cruzamento de Azpilicueta, cabeçada de Pedro e defesa de Cilesen. A marcação foi de impedimento no lance.

A situação dos campeões do mundo ficou ainda mais complicada aos 27min, quando Alba recuou para Casillas, que errou grotescamente o domínio e deixou livre para Van Persie tocar para o gol vazio. A goleada deixou a Arena Fonte Nova em choque, mas em festa: os brasileiros gritaram “olé”, uma prática criada nas touradas espanholas e que serviu apenas para irritar o time de Vicente del Bosque. A humilhação foi completada aos 35min, quando Robben arrancou pelo campo de ataque, invadiu a área, driblou Casillas e chutou contra dois zagueiros para fazer o quinto gol.

Até o final do jogo, os holandeses ainda desperdiçaram seguidas chances de gol, constantemente chegando com três ou quatro jogadores até a área espanhola. A Espanha, por sua vez, pouco criou, além de uma chance jogada que terminou com Fernando Torres sendo desarmado de frente para o gol – o atacante substituiu o vaiado Diego Costa, que mesmo no banco teve de ouvir xingamentos. 


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