Embora ostente o maior PIB per capita do País e tenha museus e centros culturais de grande porte, Brasília nunca teve um mercado de arte proeminente. No mapa da distribuição regional das galerias de arte, divulgado pela pesquisa Setorial Latitude, a cidade de São Paulo tem a maior concentração de galerias do território nacional, com 57%, seguida por Rio, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Curitiba. A realidade de Brasília, que ainda não aparece no mapa, pode começar a mudar a partir de junho, quando a cidade recebe a primeira edição da SP-Arte Brasília.

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"Horizontes Elásticos", de Geórgia Kyriakakis, à venda na SP-Arte Brasília

 

A feira reúne 33 galerias de cinco Estados brasileiros, a maioria delas já participante da edição paulista, como a galeria especializada em fotografia A Casa da Luz Vermelha, de Brasília, que integrou a SP-Arte/Foto em 2013. Mas há novidades. Uma delas é a galeria Clima, que há 15 anos se dedica à difusão da arte no DF. Sem endereço fixo, a galeria representa artistas como Raul Mourão, Claudio Cretti, Edith Derdyk e Siron Franco.

A abertura dos negócios em Brasília é uma estratégia do ano de comemorações dos dez anos da SP-Arte. Em uma década, a feira dirigida pela colecionadora Fernanda Feitosa triplicou – em participação de galerias, visitação e vendas. Quando Fernanda se lançou ao desafio de criar em São Paulo, na primeira feira especializada em arte contemporânea do Brasil, o cenário era outro: existia um mercado ainda incipiente pedindo para crescer. Agora, cabe reiniciar o trabalho em outras praças. Brasília tem a vantagem de já contar com colecionadores de peso, como Sérgio Carvalho, que tem um acervo de cerca de 1.500 obras contemporâneas, com ampla representatividade nacional. Graças à sua localização geográfica, Carvalho acompanha de perto a arte produzida no Centro-Oeste e Norte-Nordeste. Entre janeiro e abril, um recorte de sua coleção foi mostrado no Paço das Artes, em São Paulo, com curadoria de Denise Mattar.