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                                                 Confira como são realizados os testes de captura do vapor resultante da atividade vulcânica.

Poucos países no mundo têm um ambiente tão hostil quanto a Islândia, a pequena e solitária ilha europeia encravada no Atlântico Norte, a poucas centenas de quilômetros ao sul do Círculo Polar Ártico. Com uma área levemente superior à do Estado de Santa Catarina, a Islândia tem quase 90 vulcões em seu território e está localizada em uma área em que a crosta terrestre é mais fina que no resto do planeta. Não à toa, 90% do sistema de aquecimento e 25% da energia consumida no país são gerados a partir da atividade vulcânica da ilha.

Até hoje a Islândia só se aproveitava do calor das rochas basálticas superaquecidas pelos rios de magma do seu subsolo para conseguir criar vapor de água e, assim, gerar energia. Mas um erro cometido por uma equipe da companhia de energia nacional está mudando isso. Sem querer, os profissionais furaram além do que pretendiam e atingiram uma espécie de câmara de magma. Os técnicos perceberam que o vapor que saía do duto era ainda mais quente que aquele que conseguiam das áreas de rochas aquecidas.

Com o vapor saindo a 450 graus Celsius do interior da terra, os islandeses estão conseguindo ampliar em até dez vezes a capacidade de geração de energia pelas turbinas. No caso do poço acidental, a expectativa é que ele seja capaz de produzir até 36 megawatts de energia elétrica, o que seria o suficiente para abastecer mais de 90 mil residências. “Há uma discussão sobre a construção de um cabo submarino para transmitir eletricidade para a Europa, o que causaria um aumento significativo nas vendas de energia”, afirma o pesquisador do projeto e professor da Universidade da Califórnia, Wilfred Elders.

A Islândia, que quebrou na crise financeira de 2008, tem a perspectiva de agora dar a volta por cima vendendo um bem cada vez mais caro e mais escasso na Europa: energia elétrica de fontes renováveis e não poluentes.

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