Na última semana, a ciência apresentou ao mundo alguns dos mais promissores recursos contra os efeitos do envelhecimento. Todos são resultado de extensas pesquisas e configuram mais um passo importante para atenuar os prejuízos que o processo provoca para o funcionamento do organismo.

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A primeira boa novidade foi apresentada por pesquisadores da Northwestern Medicine (EUA). Depois de três anos estudando a molécula TM5441, eles verificaram que a substância estendeu em até quatro vezes mais o tempo de vida de cobaias programadas para passar por um processo acelerado de envelhecimento. A droga ainda impediu o envelhecimento dos vasos sanguíneos dos animais. Em experimentos anteriores, o mesmo grupo havia constatado que, em cobaias, ela tem potencial para auxiliar na prevenção da aterosclerose (pode levar ao infarto) e da hipertensão. “Este é o primeiro composto que apresenta resultados tão robustos em nossos estudos”, afirmou à ISTOÉ o cientista Douglas Vaughan, líder do trabalho.

De fato, o potencial da droga é tão atraente que ela é uma das poucas selecionadas para teste pelo órgão americano National Institute on Aging – um dos mais atuantes do mundo na busca por recursos antienvelhecimento. A próxima etapa da pesquisa será estudar a eficácia do composto em cobaias programadas para um envelhecimento normal. Depois, vêm os testes em humanos. “Pretendemos iniciá-los em dois anos”, informou Vaughan à ISTOÉ.

Na Universidade da Califórnia (EUA), os cientistas testaram a eficácia de uma substância recém-identificada que atua sobre o metabolismo e parece retardar o envelhecimento pelos mesmos caminhos fisiológicos pelos quais atua a restrição calórica – estratégia eficaz para prolongar a longevidade. O metabólito estendeu em 50% o tempo de vida das cobaias.

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O alvo dos pesquisadores da Universidade do Colorado (EUA) foi impedir o envelhecimento das artérias. Eles fizeram isso por meio da administração em cobaias, durante um mês, de um composto chamado MitoQ. Ao final, os animais, com idade equivalente à de humanos com 70, 80 anos, apresentavam vasos sanguíneos com saúde equivalente à de uma pessoa com 25 a 35 anos. “O MitoQ restaurou completamente a função do endotélio, camada que reveste os vasos sanguíneos”, explicou a cientista Rachel Gioscia-Ryan, responsável pelo experimento.

A infusão de plasma (parte líquida do sangue) extraído de cobaias jovens em animais mais velhos, por sua vez, atenuou a degeneração cerebral. Os doadores foram cobaias de três meses. Os receptores tinham 18 meses de idade. Em comparação a um grupo que não recebeu as infusões, eles apresentaram melhores resultados em testes de memória. “Há fatores no sangue dos ratos mais jovens que reativam o cérebro dos mais velhos. Assim, ele funciona de forma mais parecida com a de um cérebro mais novo”, afirmou Tony Wyss-Coray, da Stanford University (EUA), coordenador da pesquisa. 


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