Existe um grupo de pessoas hipertensas que não consegue manter a sua pressão dentro dos limites seguros nem mesmo sob a ação conjunta de três medicamentos diferentes. Dados de um estudo em andamento em 25 hospitais universitários do País indicam que o problema afeta pelo menos 16% dos pacientes hipertensos em tratamento.

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DESCOBERTA
Na piscina, os vasos sanguíneos se dilatam, facilitando a circulação

Estima-se que a hipertensão resistente eleve em três vezes o risco de se ter um acidente vascular cerebral, infarto ou insuficiência cardíaca e renal em relação a quem consegue controlar a pressão. Ela é também um desafio para os médicos, pois a literatura científica ainda carece de dados para definir a conduta mais adequada para domá-la. Não há certeza, por exemplo, sobre o remédio que seria mais eficiente ao ser adicionado aos outros já em uso ou quanto ao exercício mais adequado a esse contexto.

Mas as primeiras respostas estão começando a surgir. Numa pesquisa pioneira, um grupo de pesquisadores liderados pelo fisiologista do exercício Guilherme Veiga Guimarães, do Laboratório de Insuficiência Cardíaca do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo, comprovou os poderes da hidroginástica associada à água quente. É a primeira vez que isso foi constatado. O trabalho foi publicado recentemente no “International Journal of Cardiology”, um dos mais importantes da área da cardiologia.

O estudo foi realizado com 32 pacientes de hipertensão resistente com idade entre 40 e 65 anos, em tratamento há mais de cinco anos e que tomavam os mesmos medicamentos nos últimos seis meses. Por 12 semanas, 16 pessoas fizeram exercícios – incluindo caminhada – dentro de uma piscina aquecida a 32°C.  O outro grupo permaneceu sedentário. “Esse programa de exercícios levou a uma diminuição significativa da pressão”, disse Guimarães. No teste, os pacientes continuaram tomando remédios.

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A pesquisa chamou a atenção da comunidade científica. Antes dela, o que se sabia era que os exercícios em solo conseguiam reduzir a hipertensão resistente, em média, em 4 mmHg ou 5 mmHg (medida da pressão). Na água, o resultado foi melhor. “Conseguimos uma redução de 20 mmHg. Isso é relevante para melhorar o tratamento”, diz o pesquisador.

A explicação para o maior impacto da atividade na água aquecida é a soma da dilatação dos vasos promovida pelo calor com o efeito da pressão hidrostática (exercida pela água sobre o corpo). A adesão à terapia também surpreendeu. Um ano depois de iniciada a prática, nenhum paciente tinha desistido.

Foto: Alamy/Latinstock


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