04/04/2014 - 11:14
A busca pelo avião desaparecido da Malaysia Airlines se tornou submarina nesta sexta-feira, quando um equipamento da Marinha norte-americana especializado na detecção de caixas-pretas começou a ser usado no local.
Há pressa na operação, já que a bateria do dispositivo que emite sinais de localização da caixa-preta deve se esgotar nos próximos dias.
Autoridades da Austrália, país que serve de base para as buscas, disseram que o chamado Localizador Rebocado de Sinais será puxado pelo navio local HMAS Ocean Shield, fazendo buscas numa rota convergente de 240 quilômetros com o navio britânico de pesquisas HMS Echo.
O voo MH370 desapareceu em 8 de março, cerca de uma hora depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. Radares e satélites indicam que ele fez uma brusca mudança de rota e passou a viajar numa direção que o levaria ao oceano Índico, a oeste da Austrália, mas não há pistas que expliquem o que aconteceu.
"A área de maior probabilidade quanto a onde a aeronave pode ter entrado na água é a área onde a busca submarina irá começar", disse a jornalistas em Perth o brigadeiro da reserva Angus Houston, diretor da agência australiana que comanda as buscas.
Segundo ele, a caixa-preta emite um sinal durante até 30 dias — prazo que se completa na segunda-feira.
Especialistas alertam que o equipamento localizador dos EUA terá utilidade limitada se não for usado perto de onde está a caixa-preta, e observam que seu uso fica ainda mais restrito por causa da demora em rebocá-lo de um ponto para outro.
Houston disse que o uso do equipamento não elimina a busca por destroços flutuantes na superfície, onde, segundo ele, "ainda há uma grande possibilidade de encontrar alguma coisa", o que orientaria melhor a busca submarina.
Na sexta-feira, até 14 aviões e nove barcos vasculham uma área de aproximadamente 223 mil quilômetros quadrados (equivalente ao Estado de Roraima), cerca de 1.680 quilômetros a nor-noroeste de Perth, segundo o militar.
A Grã-Bretanha também está enviando à região o submarino nuclear HMS Tireless, equipado com sonar, e uma fragata da Malásia deve chegar no sábado.
Caixa-preta
Os aviões comerciais da atualidade são equipados com duas caixas-pretas, que na realidade têm uma cor vermelho alaranjado: uma que registra os dados do voo, como velocidade, altitude, direção e outras informações relevantes, e uma segunda que preserva os últimos 30 minutos de conversa na cabine ou as duas últimas horas se o sistema é digital.
Na próxima segunda-feira, serão completados 30 dias desde que o avião de Malaysia Airlines desapareceu com 239 pessoas a bordo durante um voo entre Kuala Lumpur e Pequim.