Um time de 14,4 milhões de pessoas, capaz de encher 180 Maracanãs. Essa é a estimativa de especialistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da consultoria internacional Ernst&Young para os empregos remunerados, permanentes e temporários, gerados nos últimos quatro anos pela Copa do Mundo. O gigantismo dos números mostra a força do futebol fora do campo que movimenta indústria, comércio, turismo, construção civil, telecomunicações e serviços. Até o início do evento, em 12 de junho, surgirão mais de 53 mil vagas, segundo o Comitê Organizador Local (COL). “O cronograma de contratações varia de acordo com a área, aumentando de forma gradativa e tendo como pico os meses de maio e junho”, diz Sandro Cabete, gerente-geral de recursos humanos do COL.

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OPORTUNIDADE
O evento motivou a contratação de Melissa Muller,
que fala cinco idiomas, por um hospital

Só não vai ter vaga para tradutor de discursos oficiais na cerimônia de abertura, em São Paulo. Para evitar vaias, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, avisou que ele e a presidenta Dilma Rousseff não falarão ao público na ocasião. Nessa reta final, o maior número de contratações será feito pelo próprio COL, cerca de 27 mil. Entre os recrutados, 20 mil seguranças, dois mil motoristas e 12 mil profissionais para o setor de alimentação e recepção nos 12 estádios-sede. “Não é preciso qualificação nem experiência, basta ter 18 anos ou mais. Se for para recepcionar o púbico é exigido um segundo idioma”, explica Ana Luísa Pinheiro, diretora da CSM Catering, empresa contratada pela Fifa.

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Para outras posições, porém, exige-se boa formação e prática. O hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, por exemplo, contratou telefonistas bilíngues e uma especialista em atendimento, Melissa Muller, 34 anos. Ela trabalha em hotelaria e, após uma década na rede internacional de hotéis Pestana, agora é gestora de atendimento do hospital. “É gratificante participar de um evento mágico como a Copa, assim como poder incentivar a equipe a aprimorar seus conhecimentos para essa troca de experiência com gente do mundo todo”, diz Melissa, que fala cinco idiomas. De certa forma, o jogo já começou: restam poucos ingressos para os jogos. Na última rodada de vendas, aberta na quarta-feira 12, quase 300 mil tíquetes foram vendidos.

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Foto: Masao Goto Filho/Ag. Istoé