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O número de mortes em virtude dos protestos contra o governo da Ucrânia, em Kiev, subiu para 75 desde terça-feira, anunciou nesta quinta-feira, 20, o Ministério da Saúde do país em comunicado. O registro anterior indicava 67 mortos desde terça. Além disso, desde a manhã desta quinta-feira, "76 pessoas foram hospitalizadas em estado grave", acrescentou o ministério.

Já os partidos da oposição, por sua parte, situam em quase 100 o número de mortos apenas nesta quinta-feira. Pelo menos 363 pessoas foram hospitalizadas, segundo os dados atualizados das autoridades sanitárias do país.
 
Protestos sangrentos
 
Novos confrontos ocorreram em Kiev nesta quinta-feira, quebrando a trégua declarada por Viktor Yanukovytch, ao mesmo tempo que o presidente apoiado pela Rússia se reuniu com ministros europeus que pediram um acordo com os opositores pró-União Europeia (UE).
 
Um fotógrafo da Reuters viu corpos de mais de 20 civis mortos na Praça da Independência, a algumas centenas de metros de onde o presidente se encontrou com os representantes da UE, depois que manifestantes que ocupam a praça há quase três meses jogaram coquetéis molotov e pedras para expulsar a polícia de choque do local.
 
Sanções
 
Os chanceleres da União Europeia concordaram em impor sanções contra a Ucrânia, incluindo a proibição de vistos, congelamento de bens e restrições sobre a exportação de equipamentos antimotim, disseram ministros e autoridades.
 
As restrições, que serão transformadas em lei nos próximos dias, serão aplicadas a todos os considerados responsáveis por ordenar ou promover a violência em Kiev, que deixou cerca de 60 mortos. As propostas para a proibição de exportação de armas foram derrubadas.
 
"A UE decide como questão de urgência o congelamento de bens e a proibição de vistos aos responsáveis pela violência e emprego da força excessiva em Kiev", disse o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, em mensagem no Twitter.
 
Obama, Merkel e Putin entram em cena
 
O presidente do EUA, Barack Obama, e a chefe do governo alemão, Angela Merkel, conversaram por telefone nesta quinta-feira, para discutir a escalada de violência que matou dezenas na Ucrânia e solicitaram sanções pela União Europeia (UE).
 
“Eles concordaram ser essencial que Estados Unidos, Alemanha e a EU continuem em sintonia nos próximos dias para que juntos possamos ajudar a encerrar a violência e a encontrar uma solução política que seja do interesse da população ucraniana”, declarou a Casa Branca.
 
O presidente russo, Vladimir Putin, conversou nesta quinta-feira por telefone com Merkel e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Todos expressaram "extrema preocupação" com a violência letal na Ucrânia, informou o Kremlin.
 
"Vladimir Putin ressaltou a importância crucial de um fim imediato do derramamento de sangue, a necessidade de tomar medidas urgentes para estabilizar a situação e reprimir extremistas e ataques terroristas", afirmou o Kremlin em um comunicado em seu site.
 
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou nesta quinta-feira, 20, que os ministros da União Europeia (UE) obtiveram sinal verde do presidente ucraniano Viktor Yanukovytch para a realização de eleições presidenciais e legislativas antecipadas em 2014.
 
"Foi acordado com Yanukovytch que eleições presidenciais e parlamentares ocorreriam neste ano e que um governo de unificação nacional seria criado nos próximos 10 dias", disse Tusk à imprensa.