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Confira como é feita a fisioterapia 

A primeira etapa da integração dos novíssimos conhecimentos da robótica à medicina começou nas salas de cirurgia. Em diversos hospitais, pacientes são operados por máquinas com braços mecânicos. Sob o comando dos médicos, elas permitem movimentos milimétricos e certeiros. Agora, os robôs estão mostrando suas habilidades na reabilitação de pessoas que perderam movimentos de braços e pernas por causa de lesões cerebrais derivadas de traumas ou de distúrbios neurológicos. Os benefícios são evidentes. O recurso acelera e melhora a qualidade da recuperação.

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RECONQUISTA
Igor treina no robô Lokomat. A máquina corrige os
passos que o jovem der de forma errada

Dotados de sofisticados programas de computação e sensores, eles detectam quando o paciente está se movimentando de forma incorreta e reorientam o gesto. Um exemplo é o robô InMotion, nome dado por seu criador, o cientista brasileiro Hermano Krebs, diretor do laboratório de mecânica e reabilitação humana do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele puxa o braço do indivíduo se este não completa o movimento. Há também jogos eletrônicos e um score de pontos para estimular a prática. “Isso multiplica a intensidade e a frequência das atividades, o que é importante para a recuperação neurológica, pois os movimentos são comandados por conexões nervosas do cérebro”, diz o fisiatra Daniel Rubio, diretor da Rede de Rea­bilitação Lucy Montoro, em São Paulo, uma das duas instituições brasileiras a oferecer equipamentos do gênero. A outra é a Associação de Assistência à Criança Deficiente (tem um robô para as pernas).

Desse modo, o corpo reaprende a forma certa de processar os impulsos elétricos que mobilizam músculos, ligamentos e tendões para executar um movimento. E o tratamento fica mais potente. Com os aparelhos convencionais, o paciente faz em média 40 movimentos para os braços. Com o robô, pode executar cerca de mil. “A reconquista do movimento pode ser até duas vezes maior”, afirma Krebs.

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JOGO
Um dos recursos usados nos aparelhos do MIT,
nos Estados Unidos, é o videogame

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O jovem Igor de Oliveira, 18 anos, participa de um estudo sobre os aparelhos na Rede Lucy Montoro. Há oito meses, ele sofreu um acidente de carro que o deixou paralisado do pescoço para baixo por causa de uma lesão medular. Na terceira sessão, ele percebeu progressos. “Já consigo escovar os dentes e segurar o garfo”, conta. Igor também experimenta a ação do robô Lokomat. Ali, seu corpo fica suspenso no ar e é submetido a esforços controlados para reaprender a andar.

Os robôs estão presentes em renomados centros médicos americanos, como o Instituto de Reabilitação de Chicago e o New York Presbiterian Hospital. Expandem-se também na Ásia e na Europa. “Nos próximos cinco anos, a robótica trará grande impacto às terapias aplicadas às pessoas com problemas neuromotores. Será uma revolução”, afirmou Krebs.

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Foto: Rogerio Albuquerque


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