“Agora, aqui estou, com uma ideia acho que boa: quero fazer uma exposição–projeção (preciso ainda bolar um nome, se tiver uma ideia, please, envie), ou seja, artistas que estão trabalhando com a câmera, ou audiovisual, ou foto simplesmente.” Assim a crítica e curadora Aracy Amaral começa uma carta para Hélio Oiticica, em 2 de janeiro de 1973. Na carta, ela o convida a participar da mostra que seria intitulada “Expoprojeção” e aconteceria no pequeno auditório de um estúdio de Super-8, em São Paulo. Muita coisa mudou de 1973 para cá. A evolução das tecnologias é só um detalhe. Mudou a maneira de fazer, expor e projetar o cinema e o vídeo. Esse amplo espectro de transformações é visível em “Expoprojeção 1973-2013”, um panorama de 40 anos de experiências de artistas plásticos com a imagem em movimento.

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HISTÓRIA
Caetano Veloso em "Loucura e Cultura" (1973), de Antonio Manuel

Com curadoria de Aracy Amaral e Roberto Moreira S. Cruz, a mostra coloca em espelhamento obras da formação original – de artistas como Rubens Gershman, Antonio Dias, Marcello Nitsche, Donato Ferrari, Ligia Pape e Raymundo Collares –, com pesquisas realizadas de 1973 até hoje por várias gerações. No segmento “histórico” são mostrados trabalhos em Super-8, 16 mm, 35 mm ou slides sincronizados com áudio. Sempre projetados em em sala escura, seriam necessárias mais de 3 horas para assistir ao programa completo. Paralelamente, a exposição apresenta uma série de videoinstalações – desde a histórica “Conselhos de uma lagarta” (1976), de Regina Vater, até “Horizonte Negro”(2013), de Ricardo Carioba, trabalhos que atestam a intensa transformação da arte, depois que o filme deixou o formato tradicional da sala escura e ganhou o espaço.