Conheça em vídeo a história da espaçonave e entenda o quanto ela foi fundamental para a descoberta de planetas fora do Sistema Solar:

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ADEUS
O telescópio Kepler parou de funcionar com precisão depois da quebra
de duas das suas peças. A Nasa estuda outros usos para a espaçonave

Na semana passada, a humanidade ficou mais míope. Depois de várias tentativas, a Nasa desistiu de ressuscitar o telescópio Kepler, o mais avançado posto de observação cósmica desenvolvido pelo homem. Lançado em 2009, ele tinha como missão detectar planetas até então desconhecidos, orbitando estrelas semelhantes ao nosso Sol. Seu objetivo mais nobre era encontrar corpos celestes semelhantes à Terra: rochosos e localizados em uma “zona habitável”, a uma distância de sua estrela que permita a existência de água em estado líquido, elemento necessário para a formação da vida como a conhecemos. Parte da missão foi cumprida. O Kepler encontrou 136 novos planetas. Alguns gasosos, outros rochosos, mas nenhum “irmão gêmeo” da Terra.

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EM TERRA
O Harps, do Observatório Europeu, descobriu planetas fora do
Sistema Solar medindo oscilações no movimento das estrelas

A espaçonave apresentou os primeiros sinais do seu fim em julho de 2012, quando um de seus giroscópios parou de funcionar. “Essas peças são como as rodas de uma bicicleta. Mantêm o telescópio na direção certa e estável”, diz Steve Howell, cientista principal do projeto. O Kepler precisa de três giroscópios para funcionar (o quarto servia como backup). Quando um segundo quebrou, em maio deste ano, sua aposentadoria foi praticamente decretada. Mas seu fim foi honroso, pois deixou muitos dados a serem analisados por vários anos. “O fim do Kepler é uma pena, mas agora sabemos onde procurar planetas mais parecidos com a Terra”, diz Eduardo Janot Pacheco, professor de astronomia da Universidade de São Paulo.

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SUBSTITUTO
O telescópio Tess será lançado pela Nasa em 2017 e vai continuar a busca por
planetas fora do Sistema Solar, usando a mesma técnica desenvolvida para o Kepler

A busca por exoplanetas continua em projetos como o Harps, espectrógrafo do Observatório Europeu Austral em La Silla, Chile, que já encontrou mais de 150 deles. O Harps detecta oscilações no movimento nas estrelas, que podem indicar a influência de um planeta em sua órbita. Outros dois telescópios espaciais da Nasa prometem substituir o Kepler. Um é o Tess (Transiting Exoplanet Survey Satellite), que deve ficar pronto em 2017. O outro é o James Webb, que será lançado entre 2017 e 2018 e vai estudar a formação das galáxias. Eles sobem com a responsabilidade de dar sequência ao trabalho de um gigante da exploração espacial.

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