São milhões de mercadorias à venda pela melhor oferta: computadores, brinquedos, gibis, obras de arte… Tem de tudo nos leilões virtuais, onde os preços são estabelecidos pelos navegadores espalhados pelo mundo. Diferente do leilão tradicional, onde o comprador fica sentado numa sala dando lances até a batida do martelo, o virtual pode demorar semanas. No final, o dono do maior lance e o vendedor são avisados por e-mail. O leiloeiro cobra uma taxa sobre o preço de venda, que varia de 1% a 5%. Essa nova forma de consumo surgiu em 1995 nos EUA com eBay (www.ebay.com). Em vez de jogar fora as velharias no sótão, milhões de americanos passaram a leiloá-las na Web. No primeiro trimestre de 1999, por exemplo, a eBay intermediou 22,9 milhões de transações no valor de US$ 541 milhões. O site possui 3,8 milhões de usuários cadastrados e 1,8 milhão de itens à venda em 1.500 categorias. É tanta gente pechinchando que surgem situações inusitadas. Como a do adolescente Andrew Tyler, de Nova Jersey, que arrematou um apartamento e dois carros de luxo com o cartão de crédito dos pais que, aterrorizados com a molecagem, conseguiram cancelar as compras.

O sucesso do eBay fez as ações da empresa subirem à estratosfera. A empresa está avaliada na Bolsa de Nova York em mais de US$ 20 bilhões. Isso fez sites mais tradicionais como o Yahoo! e a Amazon abrirem também seus próprios leilões. E a febre agora chega ao Brasil, através de sites como o Leilões Net (www.leiloesnet.com.br) e o eBazar (www.ebazar.com.br). Roberto Andrade, 34 anos, gastou R$ 150 mil para montar o eBazar em São Carlos (SP). "Sem investir um real em publicidade, recebo mais de oito mil hits por dia", festeja. "Como cobro apenas de R$ 1 a R$ 2 por item inscrito, só vou ganhar dinheiro com um grande volume de fregueses", explica. Até agora o site leiloou mais de 200 dos 700 itens à venda.