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O Brasil está "na infância" em temas como segurança cibernética, admitiu nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Celso Amorim, em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. "As vulnerabilidades existem e são muitas." Amorim ressalvou, por outro lado, que o Brasil não está sozinho nessa situação. O próprio secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse, reconheceu o risco de o país viver um "Pearl Harbor cibernético", em referência ao ataque que foi uma operação aeronaval à base norte-americana, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de Dezembro de 1941.

Países europeus, como a Alemanha, foram igualmente pegos de surpresa pela dimensão do suposto monitoramento dos dados. O sistema brasileiro é particularmente frágil porque os programas de segurança são todos estrangeiros. "Meu computador, por exemplo, eu aperto um botão e ele deve ligar direto na Microsoft", afirmou. "E sou ministro da Defesa."

Ele defende o desenvolvimento de equipamentos e programas nacionais. O País é vulnerável também porque todas as comunicações, "inclusive as de Defesa", passam por um satélite que não é do País. "Isso torna mais frágil a segurança", afirmou. O governo prepara a montagem de um satélite geoestacionário brasileiro. "É prioridade da Defesa, inclusive porque ela terá uma faixa própria", declarou.

Ao lado dos ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Celso Amorim participam de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre as denúncias de espionagem de dados de cidadãos brasileiros por agências norte-americanas .

Com base em dados obtidos pelo consultor Edward Snowden, que trabalhava para uma prestadora de serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, aos quais teve acesso, o jornal O Globo publicou reportagens segundo as quais há indicações de que cidadãos brasileiros foram monitorados.

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As reportagens mostram ainda que havia uma espécie de escritório da NSA, em parceria com a CIA, a agência de inteligência americana, em Brasília. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, negou a veracidade das informações, mas se comprometeu a investigar as denúncias.


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