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Pelo menos quatro capitais terão protestos nesta quinta-feira: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza. Na capital do Ceará, a manifestação está marcada para o meio-dia. Em Salvador, a concentração será às 14h. Na capital fluminense, os manifestantes se reunião às 14h. E em Porto Alegre, o protesto deve começar às 18h.

No Rio de Janeiro, o grupo vai se reunir na Candelária e caminhar em direção à Cinelândia. O protesto tem como objetivo principal exigir a reforma política. Além disso, os manifestantes reclamam outras questões, como a proposta que limita o poder do Supremo Tribunal Federal (STF), a PEC 53. Eles também são favoráveis à PEC 280, que reduz o número de deputados federais para no máximo 250. O grupo também reclama dos gastos do governo com a Copa das confederações e do Mundo e pede uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos transportes públicos no Rio de Janeiro.

Em Porto Alegre, a concentração será na praça da Matriz, no centro da cidade, em frente à sede do governo do Estado, o Palácio Piratini. Os manifestantes querem evitar que a Brigada Militar (Polícia Militar local) impeça o acesso do grupo à praça, como fez na última segunda-feira. "Vamos fazer um ato cultural, com música, teatro, dança e muita discussão política sobre os novos rumos que queremos construir para a nossa sociedade", diz o texto de convocação para o protesto no Facebook.

Além dos três protestos desta quinta-feira, pelo menos outras três manifestações deve ser realizadas até o próximo domingo no País. Confira a lista de cidades onde estão agendados protestos a partir de hoje:

Quinta-feira (27/06)

Salvador – 14h
Fortaleza – 12h
Porto Alegre – 18h

Sexta-feira (28/06)

Planaltina (DF) – 14h
São Sebastião (DF) – 8h

Sábado (29/06)

Brasília – 14h
São Paulo – a definir
João Pessoa – 15h30
Porto Alegre – 15h
Pelotas (RS) – a definir
Campinas (SP) – a definir

Domingo (30/06)

Brasília – 9h
Campinas (SP) – 9h30
Fortaleza – 9h
Goiânia – 9h

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.