De tempos em tempos, a ânsia pela juventude faz surgir uma nova promessa de vitalidade e beleza que acaba virando mania. Agora, a mais nova coqueluche é a co-enzima Q-10, também chamada de ubiquinona. Sob a forma de cápsulas, o produto está sendo vendido em lojas de suplementos nutricionais como um aliado do coração e um agente antienvelhecimento. Até uma empresa de cosméticos acaba de incluir a enzima em cremes para cuidados fa-ciais. O interesse pela co-enzima baseia-se na suposição de que ela teria o poder de combater os radicais livres – substâncias que danificam as células e, consequentemente, contribuem para seu envelhecimento.

Na verdade, sabe-se que a co-enzima é uma das substâncias que integram o processo de respiração celular. Sua função é transformar o oxigênio em energia. Por aqui, uma das instituições que es-tudam os poderes da substância é a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Coordenada pelo médico Clineu Almada Filho, a pesquisa está sendo realizada com 200 idosos e foi ini-ciada há cerca de um ano. O objetivo é saber se a suplementação com a enzima é mesmo uma aliada do coração ao impedir que o colesterol ruim, o LDL, seja oxidado. A oxidação facilita ainda mais a adesão da molécula de gordura à parede das artérias. E, como se sabe, o acúmulo de LDL pode levar ao entupimento dos vasos, provocando o infarto. Os resultados do estudo, embora preliminares, são alentadores. “Na dosagem de sangue de alguns pacientes percebeu-se que houve diminuição dessa fração oxidada de colesterol”, diz Almada Filho.

Beleza – Se para o coração a Q-10 tem se mostrado promissora, na área da beleza é bom ir com cautela. “Não existem provas de que diminuir a oxidação das células rejuvenesce”, diz o médico da Unifesp. No entanto, a substância já virou ingrediente de cosméticos. A Beiersdorf, fabricante do Nívea Visage Q-10 – a pioneira a utilizar a co-enzima em um creme para rugas e em outro para contorno dos olhos –, garante que o uso tópico do produto combate os sinais do envelhecimento. As rugas seriam reduzidas e a formação de novas linhas de expressão adiada. Indiferente à polêmica sobre os efeitos da substância na pele, a empresária Charmaine Françoso, 37 anos, incrementa seu ritual diário de beleza com um arsenal de co-enzima Q-10. “Uso os cremes e tomo o suplemento em pílulas. Notei que minha pele ficou mais viçosa. Também vou começar a tomar um novo multivitamínico com Q-10”, diz.


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