Quem não gosta de comprar roupa? O duro é perder um tempão experimentando todos os tamanhos e combinações possíveis. Uma das novidades é o body scanner, aparelho que transfere ao computador os contornos exatos do corpo. Bastam dez segundos para que duas câmeras e um feixe de laser tirem 85 medidas, como altura, busto, altura da perna, quadril e cintura. Criado pela francesa Lectra, o scanner leva outros dez segundos para modelar a silhueta tridimensional no computador. Depois, é só levar o gêmeo virtual num disquete.

“Há muita variação de tamanhos na moda. O body scanner ajuda a saber qual número o consumidor veste em cada marca”, diz Edouard Macquin, diretor da empresa. O scanner de corpo foi testado por dez dias pela Riachuelo. “As clientes faziam filas”, diz Astrid Justo, gerente da rede, que não tem previsão para adotar a tecnologia em suas 70 lojas.

Para quem gosta de fazer compras online, a novidade é a modelo virtual. Para ver se uma camisa combina com uma calça, sapato ou cinto, basta clicar nas peças e vestir a modelo, na tela. O programa, da brasileira Pixel, entra no ar este mês, no site www.modasite.com.br, que reúne 40 marcas nacionais e internacionais como Cori, Bruno Minelli, Versace, Gucci e Max Mara. Para quem quer checar se aquela cor de batom combina com a sombra, é só acessar o www.vaidosa.com.br. Ali, é possível combinar o tom de pele com o cabelo da modelo e testar cortes, tinturas, maquiagens, lentes de contato e até armação de óculos. Das 110 mil mulheres cadastradas, 60 mil já enviaram sua foto para substituir a da modelo virtual.

Os pés também ganharam tratamento especial. A fabricante japonesa
de tênis Mizuno usa o Foot Print Test, ou pedígrafo, para identificar
o tipo de pé e de pisada de cada cliente e para indicar o calçado ideal, dentro de seu catálogo de produtos, é óbvio. “A pessoa pisa numa almofada tipo mata-borrão e depois um técnico a observa correndo
na esteira”, explica Silvia de Feo, gerente da marca. A empresa
trabalha com três tipos de pés e três de pisada. A combinação
de todos resulta no calçado ideal.

A grande inovação ainda demora para chegar às prateleiras: é o
chip inserido na etiqueta, que traz informações úteis como o modo
certo de lavar e passar. Testadas pela italiana Benetton, as etiquetas inteligentes devem substituir os atuais códigos de barra. Os críticos alegam que o chip permite a invasão da privacidade dos consumidores,
já que seria possível localizar cada cliente através de sua roupa. A Benetton diz que a preocupação é infundada porque o chip pode ser removido a qualquer momento.

A tecnologia promete revolucionar a cadeia de abastecimento por facilitar o controle de estoques. Para o consumidor, representa uma mudança prática, já que ele não precisará passar suas compras, uma a uma, pelo caixa, que saberá todos os produtos sem que eles sejam retirados do carrinho. Isso porque o chip carrega uma antena que transmite, por ondas de rádio, os dados ali armazenados. Em breve, a etiqueta inteligente vai passar as instruções para o chip da máquina de lavar, que escolherá o programa certo para lavar determinada peça, prevê a marca italiana. Os mais entusiastas apostam que a tecnologia entrará na casa dos consumidores em dez anos. É ver para crer.