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A pendência jurídica de uma das empresas do segundo consórcio que apresentou proposta para administrar o Maracanã, que tinha paralisado o processo de abertura dos envelopes de licitação do estádio, foi esvaziada. Os dois consórcios vão seguir normalmente para o próximo passo do processo, que é a analise da garantia de cada concorrente.

Um dos consórcios é o Complexo Esportivo e Cultural Rio de Janeiro, formado pelas empresas OAS S/A, Lagardelle Unlimited e Stadium Amsterdã  N.V. E o outro é o Maracanã S/A, formado pelas empresas Odebrecht Participações, IMX Venues e Arenas S/A e AEG administração de estádios. A previsão é que o resultado seja divulgado no dia 19 de abril. "Depois analisar as garantias, vamos publicar o resultado no Diário Oficial", disse o presidente da sessão, Luiz Roberto Silveira Leite.

Uma das polêmicas ficou por conta da presença em um dos consórcios da IMX, do empresário Eike Batista, que foi questionada pelo Ministério Público por ter participado do estudo de viabilidade técnica do projeto. O secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, disse não ver problemas na presença da IMX, e considerou "absurda" a dúvida do Ministério Público, que pediu a paralisação do processo na Justiça.

"É um absurdo o promotor questionar isso", disse Fichtner, dizendo que tudo foi feito dentro da lei e negando que a licitação seja de "cartas marcadas". O deputado do PSOL Marcelo Freixo, presente à sessão, disse ter opinião contrária.

"O resultado não temos ainda, mas o que vemos aqui são duas propostas de empreiteiras conhecidas. E ao contrário do secretário, acho suspeito, já que uma das empresas participou da fase anterior, e as informações que ela tem diferenciam sua condição para as outras na busca para saber quem vai administrar o Maracanã", disse Freixo, que entrou, ao lado de outros deputados, com uma ação civil pública no Tribunal de Justiça pedindo o julgamento do mérito da cassação da liminar que impedia o prosseguimento do processo.

Régis Fichtner disse ainda que a próxima fase, após as garantias serem aceitas, será de avaliação das propostas. "São duas concorrentes muito fortes, empresas brasileiras junto a empresas estrangeiras com muita experiência", disse. Ele respondeu as críticas ao modelo de licitação, dizendo que o modelo do Rio é igual ao do Mineirão, em Belo Horizonte, e da Fonte Nova, em Salvador. "Não estou preocupado com quem vai ganhar, mas com o conforto do torcedor", afirmou.

Sobre o fato de o governo ter impedido a entrada de populares na sessão, que é publica, Fichtner disse que tinha que garantir a integridade de membros do governo e das empresas participantes, e não poderia permitir a entrada do que classificou de "baderneiros". O deputado Marcelo Freixo, a deputada Janira Rocha e os vereadores Eliomar Coelho e Renato Cinco, todos do PSOL, levaram cerca de 45 minutos negociando com a polícia, que protegia a entrada do Palácio, para conseguirem chegar até o auditório.

"Hoje é um dia triste para o futebol do Rio", disse Freixo. "O governo do Rio acha que só as empresas têm interesse nas coisas e não deixa a população participar", reclamou, dizendo que agora cabe à Justiça dizer se o processo foi legal. "O Estado não vai recuperar nem 10% do que investiu no estádio nos últimos sete anos".

A previsão de entrega das obras do Maracanã é para o proximo dia 27 de abril, e o primeiro jogo-teste será no mesmo dia: um amistoso entre os amigos de Ronaldo e os amigos de Bebeto, apenas para imprensa e funcionários. No dia 8 de maio, há outro teste previsto, e no dia 2 de junho, um amistoso Brasil x Inglaterra, já com público total de 78.739 pessoas. Em 16 de junho, México e Itália se enfrentam no primeiro jogo do estádio na Copa das Confederações.