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Os países emergentes do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aprovaram a criação de um banco de desenvolvimento conjunto para financiar projetos de infraestrutura, informou à AFP o ministro sul-africano das Finanças.

"Está feito", declarou Pravin Gordhan, ao ser questionado pela AFP se um acordo havia sido alcançado sobre a criação do banco, que poderia competir com o Banco Mundial, na reunião de chefes de Estado do grupo que acontece na cidade sul-africana de Durban.
 
"Fizemos bons progressos, os líderes vão anunciar os detalhes", acrescentou, algumas horas antes do início da cúpula na cidade sul-africana de Durban.
 
O banco recém-criado vai se focar no financiamento de projetos de infraestrutura, um desafio direto às sete décadas de domínio do Banco Mundial neste setor.
 
Os projetos a serem financiados deverão beneficiar principalmente a África, um continente onde a China – peso pesado dos BRICS – já está presente.
 
A nova entidade, que a África do Sul espera abrigar, deve dotar-se de um capital inicial de 50 bilhões de dólares, 10 bilhões por país.
 
O BRICS também planeja colocar em um fundo comum uma parte de suas fabulosas reservas de divisas – 4,4 trilhões de dólares, segundo Pretória (deles, mais de dois terços em mãos de Pequim) – para se ajudar em caso de crise conjuntural.
 
Este fundo comum poderá contar com bilhões de dólares, segundo o diretor do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini.
 
É a primeira vez desde a inauguração das cúpulas do BRICS há quatro anos que o grupo aborda demandas retóricas para uma ordem global mais igualitária com passos concretos.
 
A cúpula de chefes de Estado e de Governo do Brics se inicia oficialmente nesta terça-feira à noite e o programa oficial prevê a assinatura de acordos e comunicados à imprensa na quarta-feira.
 
Juntos, os membros do BRICS contam com 25% da renda global e 40% da população mundial.