Na semana passada a Itália sentiu de perto a força e o poder de destruição da natureza. Os problemas começaram no domingo 27, quando, após uma série de pequenos tremores de terra, o vulcão Etna, considerado o mais ativo da Europa, começou a expelir lava e cinzas, deixando centenas de famílias desabrigadas. Como se não bastasse, alguns dias depois outra área no sul do país sofreu violentos terremotos. Algumas cidades tiveram seus centros históricos abalados, e uma delas, o vilarejo de San Giuliano di Puglia, com cerca de mil habitantes, passou pelo pior: o teto de uma escola desabou, deixando dezenas de pessoas presas nos escombros.

O governo italiano decretou estado de emergência. Na Sicília, alguns dias depois de o Etna entrar em atividade, cientistas registraram três tremores de terra. Os primeiros abalos chegaram a 2 graus e 2,9 graus na escala Richter. O mais forte deles, que atingiu 4,4 graus de magnitude, teve como epicentro a cidade de Santa Venerina, a sudeste do Etna. Não houve vítimas fatais, mas centenas de casas, lojas e a igreja
local foram danificadas. Cerca de mil pessoas estão desabrigadas.

 Especialistas não sabem dizer se a erupção do Etna está de alguma forma relacionada aos tremores. A lava se espalhou por dezenas de quilômetros e as nuvens formadas pelas cinzas chegaram até a África, podendo ser vistas do espaço. Imagens captadas pelo satélite Terra, da Nasa, a agência espacial americana, mostram a abrangência da fuligem expelida pelo vulcão. O Etna passou por quatro grandes erupções nos últimos 309 anos e, pelo seu comportamento, especialistas indicam que as erupções podem ser cada vez mais violentas.

O diretor do Centro Nacional de Vulcanologia da Itália, Enzo Boschi, acredita que a abertura de fendas por onde está escapando a lava é um bom sinal, uma vez que elas aliviam a pressão no interior do Etna, afastando o risco de uma explosão violenta.

Na quarta-feira 30, sua intensidade diminuiu, mas os problemas continuaram. Às 11h40 de quinta-feira (7h40 em Brasília), um novo terremoto, dessa vez na casa dos 5,4 graus na escala Richter, abalou a região sul da Itália. O tremor chegou a ser sentido em Nápoles, cidade que teve 2.800 mortos durante um terremoto em 1980. O abalo provocou a queda do teto de uma escola infantil do povoado de San Giuliano di Puglia, onde havia 62 pessoas. Cerca de 50 crianças, de três a 11 anos, ficaram presas sob os escombros, de acordo com bombeiros de Campobasso, capital da região afetada pelo tremor. Pelo menos 26 crianças e três adultos morreram e, até a sexta-feira 1º, dia em que a cidade sofreu um novo abalo sem consequências, cerca de 30 pessoas foram resgatadas com vida. Entre elas, algumas em estado crítico.

A prefeitura da capital regional anunciou que prédios antigos caíram no centro histórico de Campobasso e em outras localidades. Quatro povoados, com estragos menores, não tiveram vítimas.

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